Por Geoffrey Smith
Investing.com – Os certificados de depósito americanos (ADRs) do Alibaba (NYSE:BABA) iniciaram o pregão desta segunda-feira, 27, em Nova York, em alta, com a notícia de que o fundador e ex-CEO da companhia, Jack Ma, havia retornado para a China continental pela primeira vez no ano, em um sinal de distensão entre o governo e os barões da internet no país.
Ma deixou a China há quase 12 meses, em meio a uma campanha regulatória contra os campeões de tecnologia corporativa, cuja ascensão financeira ameaçava perturbar o equilíbrio de poder em um país ainda fortemente controlado pelo Partido Comunista.
A repressão começou com os órgãos reguladores impedindo o conglomerado de serviços financeiros Ant Group, afiliado do Alibaba, de abrir o capital em Hong Kong, o que poderia aumentar o patrimônio de Ma em bilhões de dólares.
Os sinais de reaproximação já haviam ficado aparentes em janeiro, quando a Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China concordou em permitir que a unidade de financiamento ao consumidor do Ant Group levantasse US$ 1,5 bilhão no mercado de capitais, mas com uma participação de 10% de uma entidade do governo de Hangzhou. No mesmo mês, Guo Shuqing, um alto funcionário do banco central, declarou que a campanha de repressão governamental para reprimir os excessos de grupos de tecnologia financeira havia "basicamente" se encerrado.
De acordo com uma publicação em seu canal no WeChat, a Hangzhou Yungu School recebeu Ma recentemente para discutir o futuro da educação, com ênfase especial nas implicações dos rápidos desenvolvimentos na tecnologia de inteligência artificial.
"Devemos usar a IA para resolver problemas, não para sermos controlados por ela", teria afirmado Ma, segundo o South China Morning Post.
Às 11h40 de Brasília os ADRs do ADRs, que ficaram em seu nível mais alto em duas semanas na sexta-feira, recuavam 0,79%. As ações listadas em Hong Kong da plataforma de Internet caíram 3,7% durante a noite, incapazes de escapar do sentimento negativo do mercado gerado por dados decepcionantes sobre os lucros industriais da China continental nos primeiros dois meses do ano, os quais tiveram um recuo de 23% em relação ao ano anterior.