Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - A Allos SA (BVMF:ALOS3), resultado da fusão entre Aliansce Sonae e brMalls (BVMF:BRML3), apurou lucro líquido de 326,1 milhões de reais no segundo trimestre, desempenho superior ao esperado pelo mercado, um ano e meio após a combinação das empresas e depois de anunciar recentemente um plano abrangente de desinvestimentos.
O lucro líquido apurado no trimestre veio bem acima do resultado positivo de 115,2 milhões de reais registrado no segundo trimestre do ano passado em base "proforma" -- que aplica as participações atuais às bases históricas para melhor comparabilidade, conforme balanço divulgado nesta terça-feira.
Analistas esperavam, em média, lucro líquido de 146,4 milhões de reais no período de abril a junho, de acordo com dados compilados pela Lseg.
"Neste segundo trimestre, já percebemos os reflexos positivos do crescimento orgânico e redimensionamento do portfólio nos nossos indicadores operacionais", afirmou a companhia em relatório de resultados.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 4,7% na base anual, para 447,6 milhões de reais, praticamente em linha com as estimativas de analistas.
A empresa, maior operadora de shopping centers do país, observou uma alta de 5,8% na receita líquida no período, a 626,8 milhões de reais.
Na frente operacional, as vendas totais da companhia somaram 9,39 bilhões de reais no trimestre, também 5,8% maiores em relação ao apurado no mesmo intervalo do ano anterior, com vendas em mesmas lojas em 3,9%, de 2,3% um ano antes.
"Quando a gente olha para os números prévios de julho, eles seguem a mesma tendência do acumulado no ano", afirmou a diretora financeira da Allos, Daniella Guanabara, à Reuters.
Além do forte resultado operacional no trimestre, a executiva também destacou o recebimento nesse período de parte dos desinvestimentos que a empresa tem realizado.
"A gente já vinha recebendo caixa ao longo do final do ano passado, primeiro trimestre e segundo trimestre, mas realmente teve uma entrada de recursos que gerou um resultado positivo na receita financeira", afirmou.
Segundo o balanço da operadora de shoppings, até junho deste ano a Allos recebeu mais de 1,8 bilhão de reais relacionados aos desinvestimentos anunciados.
Os ativos da Allos encerram o trimestre com uma taxa de ocupação de 96,3%, 0,6 ponto percentual acima do patamar em que estava no segundo trimestre de 2023.
A alavancagem da companhia estava em 1,5 vez no final de junho, de 2,4 vezes um ano antes. A empresa mira um indicador de dívida líquida sobre Ebitda entre 1,4 vez e 1,9 vez para 2024.