Investing.com - Na parte da tarde desta quinta-feira, as ações da Paranapanema (SA:PMAM3) operam em forte queda de 7,75% a R$ 1,31, com a companhia sendo alvo de uma nova operação da Zelotes, que investiga o pagamento de propina para beneficiar a mineradora em julgamento no Conselho Administrativo de RecursosFiscais (Carf).
Pelas investigações, o pagamento de propina envolveria o economista Roberto Giannetti da Fonseca, ligado ao PSDB, levando prejuízo estimado de R$ 650 milhões de reais aos cofres públicos, informaram autoridades.
A Paranapanema, sediada em Santo André, no interior paulista, foi autuada originalmente em R$ 275 milhões pela Receita Federal por ter extrapolado o limite estabelecido pelo Ministério da Fazenda a título de ressarcimento de tributos pagos em compra de matérias-primas, e recorreu ao Carf para reverter a cobrança. Em valores atualizados, a quantia chegaria a R$ 650 milhões.
O procurador da República Frederico Paiva, responsável pela operação Zelotes, disse que foram descobertos "sérios e sólidos indícios" de que o julgamento do recurso da empresa pelo Carf foi manipulado e corrompido, com suspeita de envolvimento de Giannetti. A Paranapanema conseguiu anular a atuação da Receita. A Justiça autorizou a realização de quebras de sigilo bancário, fiscal, telemático e telefônico, bem como buscas e apreensões, de sete pessoas e duas empresas em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco, além do Distrito Federal.
Segundo o representante do Ministério Público Federal, houve a comprovação do pagamento de R$ 8 milhões à Kaduna Consultoria, empresa de Giannetti, e desse valor R$ 2,2 milhões ficaram com o próprio economista.
A Kaduna atuou, segundo o MPF, como empresa de fachada, sem qualquer indício de que prestou algum tipo de serviço. O valor restante foi distribuído pela Kaduna a escritórios de advocacia que, segundo as investigações, fizeram pagamentos a conselheiros do Carf.
Paiva disse que há a comprovação de que ao menos dois integrantes do Carf receberam propina: um no valor de R$ 150 mil e outro de R$ 170 mil. A participação do economista precisa ser melhor esclarecida e aprofundada, mas é "evidente" que valores foram repassados a ele, acrescentou o procurador.