BRASÍLIA (Reuters) - A Agência Nacional de Águas (ANA) decidiu deixar o Grupo Técnico de Assessoramento para a Gestão do Sistema Cantareira (GTAG-Cantareira), informou nesta sexta-feira o órgão regulador federal.
Segundo a ANA, a decisão foi comunicada por ofício do presidente da agência, Vicente Andreu, ao superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), Alceu Segamachi. A ANA propõe, inclusive, a revogação de resolução conjunta com o DAEE que criou o GTAG-Cantareira.
A ANA afirma que a decisão de deixar o grupo "baseia-se nas manifestações do secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, na qual ele nega acordo sobre a proposta de novos limites de retirada de água do Sistema Cantareira para a Região Metropolitana de São Paulo e na ausência de recomendações de vazões a serem praticadas desde o dia 30 de junho".
Segundo a agência, a proposta em questão havia sido apresentada "em nome do secretário (Mauro Arce)", em reunião do GTAG de 21 de agosto e, posteriormente, foi acordada entre Arce e Andreu.
O Estado de São Paulo enfrenta em 2014 a pior crise hídrica dos últimos 80 anos. Temperaturas mais altas que a média do início do ano aliadas com chuvas fracas do período não recuperaram as represas para o período atual do inverno, quando a pluviosidade normalmente é significativamente menor.
O governo Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, tem preferido adotar medidas que têm evitado decretação de rodízio de água generalizado na região metropolitana.
Nesta sexta-feira, o Sistema Cantareira, que abastece a região metropolitana de São Paulo e cidades do interior do Estado exibia nesta sexta-feira nível de 8,4 por cento, já considerando uso da chamada "reserva técnica" ou "volume morto", decidida pelo governo estadual em maio.
(Por Leonardo Goy)