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Andbank: Como será transição de banco para “boutique” de private banking e gestão

Publicado 19.07.2022, 16:24
© Andbank

Por Jessica Bahia Melo

Investing.com - Após assinatura no início deste mês de um acordo estratégico entre o Andbank e a fintech Creditas, o banco deixa de fornecer diretamente alguns serviços que não são do seu foco e conta com parceria estratégica para essa finalidade. Na prática, o Andbank vendeu a licença de banco para a fintech em uma operação avaliada em R$ 500 milhões e que ainda está sujeita à aprovação das autoridades como o Banco Central do Brasil (BCB), a Autoritat Financera Andorrana (AFA) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

O Andbank é um grupo multinacional especializado em Private Banking com mais de 30 bilhões de euros em ativos sob gestão, mais de 70 escritórios em 11 países e uma equipe de mais de 1.200 profissionais. Presente no Brasil desde 2011, o Andbank segue com a operação em private banking e wealth management no país por meio de sua Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) e gestora de ativos. As DTVMs atuam para intermediar a negociação de ativos dos clientes.

De acordo com o Andbank, caso a transação seja concluída, o Anbank terá um aumento de capital social e passará a valer R$450 milhões em valor patrimonial. Ainda, o acordo também prevê a possibilidade de que a Creditas se torne um acionista minoritário do Andbank, assim como o Private Bank também pretende se tornar um acionista minoritário da fintech. 

O Investing.com Brasil conversou com Carlos Foz, CEO do Andbank Brasil, que detalha os próximos passos da instituição. O Andbank Brasil conta com um rating AAA Fitch no Brasil, após aquisição do Banco BRACE, LLA Investimentos, Triar e Capital Investimentos. Hoje, possui uma equipe de cerca de 150 pessoas e escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, além de uma rede de agentes autônomos distribuídos pelo território brasileiro. Para este ano, a meta é realizar novas aquisições e expandir o número de escritórios no país.

Investing.com Brasil:  O Andbank está há pouco mais de dez anos no mercado brasileiro. Qual o foco atual no país?

Carlos Foz: Nossa especialidade é o que nós fazemos no mundo todo, somos uma empresa de origem familiar com valores familiares. Eu acho isso muito importante no DNA. Porque, no fim das contas, nosso trabalho é cuidar de famílias. Então é um o banco de famílias para famílias. Isso é muito importante. E é o que o banco faz há quatro gerações. O banco tem noventa e dois anos, é praticamente centenário, já somos onze anos aqui fazendo esse trabalho, perpetuando o patrimônio de famílias por gerações.  Afinal de contas, eu acho que o o que o cliente busca num banco operacional de private banking é alguém que realmente zele pelo seu patrimônio e ajude a perpetuar esse patrimônio ao longo das gerações pra não acontecer aquilo que que o diz o ditado popular: “Pai rico, filho nobre e neto pobre”. Acontece muito.

Hoje, nós estamos em estamos em Luxemburgo, Mônaco, Suíça, Israel, Espanha, nós somos a mais importante operação de private banking internacional da Espanha. Nós estamos nas Américas, Estados Unidos, México, Panamá, Brasil e Uruguai. Então, são doze países. O banco veio ao Brasil há cerca de dez anos, adquiriu uma empresa super tradicional chamada LLA porque ele já tinha dentro da sua estrutura uma DTVM, que é uma instituição financeira. Depois, fez mais aquisições para ter a licença bancária e o banco veio expandindo desde então as suas operações.

Os investimentos estão vindo pra cá. O Brasil é um país importante para a matriz. Quando você olha o banco com o DNA espanhol, é muito fácil entender que o Brasil é estratégico. Basta você ver empresas espanholas que vieram pro Brasil no passado, como por exemplo, o Santander (BVMF:SANB11), que chegou aqui comprando para a privatização, muito criticado pelo preço que pagou, e olha o Santander hoje aqui. Difícil é ter oportunidade, né? O Brasil é um país difícil, não é para amadores, é um país de gente que persiste. Isso é bacana no grupo também, porque a nossa história na Espanha foi uma história de persistência e hoje o banco é líder no mercado espanhol, então a gente tem essa essa história de persistir.

Inv.com: Como está o processo de expansão em sedes e escritórios? 

Foz: Nós queremos crescer para outras praças, a gente tem olhado algumas, como no Sul do Brasil, também em Minas, que para a gente é muito importante, além do Norte e Nordeste. Também temos uma presença indireta em Fortaleza agora, através de um agente nosso. E o meu mercado é um pouquinho diferente do mercado tradicional, porque eu sou uma boutique, né? A gente olha os clientes de uma forma diferente, a gente olha produtos de uma forma diferente, nós abordamos o nosso nicho de uma forma diferente com uma boutique, o que é uma vantagem competitiva minha e muitas vezes eu falo eu não sou melhor ou pior que ninguém aqui não. Eu acho que eu tenho esse meu pé no chão aqui. Mas eu tenho uma vontade competitiva que é o meu tamanho. Para agir com uma boutique. Eu não sou um bicho gigante. Então a gente pode perder o tempo com coisas pequenas e médias. Eu acho que o Brasil é um mar de oportunidades nesse nicho. A gente já vê muitas coisinhas, né? Eu gosto das coisinhas.

São os aspectos que tem pelo Brasil, acho que isso agrega muito valor ao cliente. O Brasil é um mar de pequenos e médios empreendedores, muito mais que os grandes. Aqui a gente conhece os grandes. Mas quantas coisas pequenas e médias existem? Quantas startups estão começando? Os empreendedores no Brasil com negócios que vão dar certo. E a gente gosta de olhar muito esse nicho, eu acho que tem muita coisa pra fazer aí. Nós fazemos muito também a história de boutique. Achei alguma coisa que eu gosto? Quem é o melhor cara nesse setor? Pegue um parceiro e faça alguma coisa com ele. 

Inv.com - Falando em parcerias, como foi que ocorreu a com a Creditas e quais devem ser os benefícios para os clientes das companhias?

Foz: O Creditas tem um pouco disso que eu te contei, de ter um parceiro especialista. Não surgiu por isso, mas no fim das contas também um parceiro especialista, hoje eu tenho um parceiro muito bom em crédito. Eu acho que é um parceiro que entende profundamente dentro da casa, vai gerar valor agregado pros meus clientes, eu trago um produto adicional pros meus clientes, eu consigo o seu parceiro estratégico, criar produtos para os nichos que eu preciso, para as necessidades dos meus clientes. Na verdade, surgiu por outro motivo.

Para funcionar com licença bancária, com licença mercado financeiro, eu tenho uma DTVM e eu tenho um banco. A gente tem hoje rodado nossa estrutura dentro da plataforma e há quatro anos eu questiono aqui no banco. Será que a gente precisa ser banco? Faz sentido ser banco? Faz sentido carregar a mochila pesada de banco? Mas e se eu não usar cem por cento dessa licença? Eu não faço crédito, né? No varejo, eu não tenho cartão de crédito, não tenho aquela conta corrente para pagar a conta, eu não tenho sistema de pagamentos, faz sentido ter um negócio desse tamanho que me traz tanta responsabilidade, tanto trabalho, tanta burocracia, para usar pouco? Não faz sentido a gente ser muito mais focado no nosso negócio?

Há quatro anos realizamos estudos e conversas. E a Creditas é uma investida nossa lá fora, nós temos lá fora que Luxemburgo no fundo que investe em crédito. O CEO do Creditas, coincidentemente, é amigo e conhecido do gestor global, eles possuem uma relação de dezessete anos.  Claro que a história não surgiu somente daí, mas como a gente tem feito um trabalho muito focado em tecnologia, uniu os interesses.

Inv.com: Como será o caminho após essa decisão? Como será a transição dos serviços, pode impactar clientes?

Foz: Agora, tem que esperar, pois o Banco Central leva cerca de doze meses para aprovar. Enquanto isso, a vida segue, a gente segue a nossa vida com o banco normal, já vamos, claro, fazer a nossa lição de casa, o período de doze meses de certa forma é bom, que a gente pode planejar as coisas com cuidado, pensar em fazer de tudo pra não ter nenhum susto ali na frente. A gente vira essa chave com cuidado. Para o cliente, não muda nada, a operação de porta vai continuar com sua técnica mesmo. Só trouxemos um parceiro a mais para gerar valor para os nossos clientes.

Tudo que eu faço hoje como banco, com exceção de crédito, eu vou continuar fazendo, não muda nada. Eu não sou só uma DTVM, também no grupo uma gestora de recursos e uma corretora de seguros. Cuidamos de carteiras, previdência privada, seguro e tudo mais.

Então, eu continuo oferecendo exatamente o meu serviço com a mesma qualidade. Aliás, quero oferecer ela com mais qualidade, o nosso compromisso de investimento continua, continua investindo no Brasil.

Acho que o cliente só ganha com isso, pois agora tenho um parceiro potente que tem profundidade no assunto crédito e tem mais produtos para oferecer para o meu cliente quando a gente precisar.

Inv.com:  Quais são as principais metas para o segundo semestre?

Foz: Nosso foco no Brasil continua, o Brasil é estratégico para o grupo como  um todo. Estamos recebendo agora um aporte de capital importante para continuar com o nosso processo de expansão e desenvolvimento. Vamos conversar com algumas casas para fazer algumas aquisições. Devemos, se tudo der certo, fazer um anúncio de uma aquisição em breve, seguimos contratando banqueiros e fazendo novas parcerias com escritórios para aquecer no Brasil. A nossa meta é ser uma boutique referência de no Brasil. Esperamos crescer por três, quatro vezes, nos próximos cinco anos. Acho que é um bom valor pra gente, eu estou até conservador. Podemos fazer isso em três anos, mas vamos considerar que tem ciclo eleitoral. E a única certeza que a gente tem na nossa vida é que, daqui a pouco, vem outra crise

 

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