Após forte correção, Ibovespa tem leve alta de 0,34%, aos 121,1 mil pontos

Publicado 19.12.2024, 15:40
Atualizado 19.12.2024, 19:10
© Reuters Após forte correção, Ibovespa tem leve alta de 0,34%, aos 121,1 mil pontos

Em dia de nova atuação do Banco Central no mercado de câmbio para reverter, ao menos em parte, a depreciação do real - com o dólar a R$ 6,30 na nova máxima histórica, durante a sessão, e ainda a R$ 6,12 (-2,27%) no fechamento -, o Ibovespa conseguiu recuperar a linha dos 121 mil pontos nesta quinta-feira. Em alta moderada a 0,34%, aos 121.187,91 pontos no encerramento, o índice flutuou apenas mil pontos entre a mínima (120.768,22) e a máxima (121.769,57) da sessão, com giro a R$ 27,7 bilhões, após o reforço visto ontem no vencimento de opções sobre o Ibovespa. Na semana, cai 2,75% e, no mês, 3,56% - no ano, recua 9,69%.

Após ter fechado ontem no menor nível desde novembro de 2022, "o Ibovespa teve um dia de alívio em uma semana difícil para os ativos de risco brasileiros", diz Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital.

"Era esperado que um aumento no diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos pudesse atrair mais recursos - ou seja, dólar - para o Brasil, tanto para renda fixa quanto para variável, levando a uma possível queda frente ao real e nas curvas de juros", acrescenta, em referência a uma expectativa que tem se frustrado, em parte, pelas incertezas em torno da situação fiscal doméstica. E o cenário se torna ainda mais complexo na medida em que o Federal Reserve sinalizou, ontem, não apenas possível pausa nos cortes de juros, mas até uma retomada das altas nas taxas de referência, se necessário, observa Silva.

"O Fed parece ter voltado a priorizar a inflação em relação às taxas de desemprego, dando sinais de que haverá uma pausa na queda das taxas em janeiro, que pode se estender por outros meses de 2025, se a pressão inflacionária persistir e a economia continuar robusta", observa a Janus Henderson Investors em nota, na qual destaca, também, a interpretação do mercado de que o Fed foi hawkish, "provada pela tendência de uma curva de redução das taxas mais lenta".

Na agenda doméstica desta quinta-feira, a atenção do mercado esteve concentrada na apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e na coletiva de despedida de Roberto Campos Neto, que encerra amanhã a passagem pela autarquia: Gabriel Galípolo será o interino nas semanas finais do ano, e assumirá efetivamente a presidência do BC em janeiro conforme o mandato. "Na coletiva de imprensa para a apresentação do material, o destaque foi a fala de Galípolo, que afirmou que a barra para abandonar o guidance sobre juros é elevada", aponta em nota Flávio Serrano, economista-chefe do Bmg.

Em outras palavras, acrescenta Serrano, teria que ocorrer uma "deterioração substancial do cenário macroeconômico para que o Banco Central não dê outra alta de 100 bps pontos-base, ou 1 ponto porcentual no encontro de janeiro". "Com base nas informações disponíveis atualmente, acreditamos que o Copom elevará a taxa básica de juros até 14,75% ao ano, encerrando o ciclo de aperto na reunião de maio de 2025", prevê o economista.

O mercado segue atento também à tramitação do pacote de cortes de gastos pelo Congresso. Nesta tarde, a Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do pacote fiscal, que traz alterações no abono salarial e no Fundeb. O texto também disciplina os chamados "supersalários", prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e autoriza ajuste orçamentário em subsídios e subvenções.

As desidratações do pacote fiscal pela Câmara vieram conforme o esperado, e devem tornar o efeito sobre a política fiscal nos próximos anos ainda mais marginal e insuficiente, na avaliação do economista-chefe da ARX Investimentos, Gabriel Leal de Barros, reporta a jornalista Gabriela Jucá, do Broadcast. "A retirada do FCDF, do upgrade dos critérios de acesso do BPC, do bloqueio de grande parte das emendas, da parcela para educação integral do Fundeb, bem como dos supersalários, reduz ainda mais a potência do pacote fiscal, que já era insuficiente", diz.

"O dólar atingiu a marca histórica de R$ 6,30, mesmo com as tentativas do Banco Central de conter a alta por meio de leilões de venda da moeda americana. Essa volatilidade cambial reflete a crescente preocupação dos investidores com a situação fiscal, intensificada após a aprovação parcial do pacote fiscal na Câmara dos Deputados", aponta Eduardo Nogueira, sócio da One Investimentos.

Na B3 (BVMF:B3SA3), a baixa nas principais ações de commodities (Vale ON (BVMF:VALE3) -1,90%; Petrobras ON (BVMF:PETR3)

-0,92%, PN -0,40%) e do setor metálico (Gerdau (BVMF:GGBR4) PN -1,27%, CSN ON (BVMF:CSNA3) -2,53%) foi equilibrada pelo desempenho do setor financeiro, com Santander (BVMF:SANB11) (Unit +0,76%) e BB (BVMF:BBAS3) (ON +0,63%) à frente de Itaú (BVMF:ITUB4) (PN +0,55%) e Bradesco (BVMF:BBDC4) (ON +0,57%, PN +0,09%) no fechamento. Na ponta ganhadora do Ibovespa, Automob (+34,29%) voltou a liderar a corrente, após ter cedido 30% ontem, vindo de forte alta nas duas sessões precedentes, na estreia. Destaque também, hoje, para Localiza (BVMF:RENT3) (+8,75%), Carrefour (BVMF:CRFB3) (+8,20%) e Hapvida (BVMF:HAPV3) (+8,02%). No lado oposto, CSN Mineração (BVMF:CMIN3) (-1,87%) e JBS (BVMF:JBSS3) (-1,49%), além de CSN e Vale.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.