Após funcionários do Banco do Brasil (SA:BBAS3) anunciarem paralisação de 24 horas das atividades nesta quarta-feira, em protesto contra o plano do banco de fechar 112 agências no primeiro semestre e cortar 5 mil trabalhadores por meio de programas de demissão voluntária, a instituição emitiu nota na qual ressalta a diminuição do uso dos guichês para transações, enquanto cresce a participação dos canais digitais.
"Os 16,5 mil pontos de atendimento físico do BB se somam ao conjunto de soluções de atendimento digital por mobile e internet banking. Desde 2016, o BB observa significativa redução nas transações em guichês de caixa (-42%), enquanto o uso do mobile praticamente dobrou no mesmo período e já responde por 86% das transações, junto com o internet banking", afirma o banco.
O plano de reestruturação do BB foi divulgado no dia 11 de janeiro. O anúncio, contudo, irritou o presidente Jair Bolsonaro, que viu a possibilidade de se desgastar politicamente e cogitou demitir o presidente do banco, André Brandão. O executivo, porém, foi mantido, assim como o plano, que também correu risco de passar por ajustes.
Na nota desta quarta-feira, o BB afirmou ainda que as ações buscam adequar a rede de agências ao aumento do comportamento digital de seus clientes e à necessidade de ampliar o atendimento especializado, principalmente aquele voltado ao agronegócios, que contará com mais 14 agências exclusivas e novos 276 gerentes de atendimento dedicados. As ações, diz o banco, também buscam aumentar a eficiência nas atividades da empresa.
A instituição destacou ainda que conta com 5,4 mil agências e postos de atendimentos e ampliará a rede de correspondentes bancários, que hoje tem 11,1 mil pontos, tornando possível o banco seguir com presença em todos os 4,8 mil municípios onde já atua.
O BB lembra que, conforme comunicado enviado ao mercado no último dia 8, foram finalizadas as etapas de manifestação voluntária para aqueles que têm interesse em participar dos programas de demissão, com a validação dos desligamentos de 5.533 funcionários.
Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a paralisação, aprovada para ser de 24 horas, pode se estender por mais dias, uma vez que foi aprovado pelos funcionários um "estado de greve", o que dá aval para novas paralisações sem a necessidade de convocação de assembleias.
Eles já realizaram atos nos dia 15 e 21 de janeiro, além de uma outra paralisação de 24 horas no dia 29 do mesmo mês.
De acordo com o dirigente sindical João Fukunaga, não houve contato do banco para negociação. Na nota, o BB não menciona conversas.