Aquisição da CEB elevará alavancagem da Neoenergia a 3,6 vezes, diz executivo

Publicado 07.12.2020, 13:27
Atualizado 07.12.2020, 14:30
© Reuters.

SÃO PAULO (Reuters) - A alavancagem da Neoenergia (SA:NEOE3) deve aumentar para 3,6 vezes até o final de 2021, com a aquisição na última sexta-feira da distribuidora CEB (SA:CEBR3) por cerca de 2,5 bilhões de reais, estimou nesta segunda-feira um executivo da elétrica controlada pelo grupo espanhol Iberdrola (MC:IBE).

Segundo apresentação da companhia, a alavancagem da Neoenergia era de 2,85 vezes (dívida líquida/Ebitda) no final do terceiro trimestre, com o endividamento líquido da companhia estimado em 16,8 bilhões de reais.

"Estamos mirando atingir 3,6 vezes, no final de 2021", declarou o diretor-executivo de Finanças e de Relações com Investidores, Leonardo Gadelha, ressaltando que o aumento da alavancagem não traz preocupação porque o "esgotamento" da dívida está bem distribuído ao longo dos próximos anos.

"Tem concentração baixa da dívida em 21 e 22, ela está bem distribuída, a gente não vê preocupação com a questão da alavancagem", acrescentou.

Questionado se a bilionária aquisição da CEB, que atua no Distrito Federal, poderia afetar o apetite da Neoenergia pelo leilão de projetos de transmissão no Brasil, previsto para 17 de dezembro, o executivo indicou que não.

"Estamos concluindo grande parte dos projetos de transmissão... vamos reavaliar a estratégia do leilão, mas, caso a gente tenha êxito, esse capex não vai pressionar alavancagem em 2021", afirmou Gadelha.

Ele explicou que, se a companhia adquirir algum projeto no leilão de transmissão, os investimentos ocorreriam a partir de 2022, devido ao tempo de assinatura de contrato e licenciamento.

"O apetite no leilão depende do cumprimento da disciplina de capital que a Neoenergia tem. O apetite será marcado pela rentabilidade dos ativos", acrescentou o presidente da empresa, Mario José Ruiz-Tagle, em evento com investidores e analistas.

Segundo a apresentação, a aquisição da CEB será suportada exclusivamente pelo balanço da Neoenergia, sem a necessidade de aumento de capital.

A empresa disse ainda que tem acesso a diferentes fontes de financiamento, com "custos extremamente competitivos".

A elétrica informou também que 2022 será o primeiro ano completo após a consolidação da CEB na empresa, e prevê "impactos positivos" desde o primeiro ano.

Os executivos justificaram a aquisição da CEB apontando que o ativo é uma das "últimas oportunidades de consolidação do setor de distribuição do Brasil", além do fato de Brasília contar com o maior PIB per capita do país, o que garante potencial máximo de agregação de valor à empresa.

A Neoenergia também prevê, no que diz respeito ao combate eficiente a perdas da CEB, ficar dentro dos limites regulatórios até 2023, por meio da regularização da maior parte dos clientes clandestinos (já mapeados), nos primeiros dois anos.

Em relação ao combate à inadimplência, a empresa espera se adequar ao nível regulatório em quatro anos, com aumento de ações de campo, além de revisão de condições de renegociação para os clientes em atraso.

A empresa estimou ainda a taxa de retorno da aquisição na faixa entre 9% e 10%.

(Por Roberto Samora)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.