MOSCOU (Reuters) - A polícia russa disse no sábado que houve um indiciamento após uma série de protestos violentos contra um filme sobre o último czar do país.
O filme, "Matilda", é dirigido pelo premiado cineasta Alexei Uchitel e conta a história de um caso de amor entre o último czar da Rússia, Nicolau II, e a bailarina origem polonesa Matilda Kshesinskaya, que descreveu o relacionamento em suas memórias.
"Matilda" deve ser lançado internacionalmente no final de outubro, apesar dos protestos de conservadores religiosos que se ofendem pelo que eles acreditam ser a descrição desrespeitosa de um homem que a Igreja Ortodoxa Russa considera como um mártir.
Alguns cinemas disseram que não estarão exibindo o filme devido a ameaças que receberam.
"Um indiciamento foi feito relacionado ao fato (de cinemas) serem forçados a não exibir o filme sob a ameaça de violência contra os espectadores e causar ferimentos e danos aos proprietários dos cinemas", afirmou a polícia em um comunicado, não citando o filme ou os que foram detidos ou acusados.
Segundo a agência de notícias Tass, citando uma fonte policial, o indiciamento estava relacionado com o filme "Matilda".
Na quinta-feira, a polícia disse que tinha detido quatro homens, incluindo o líder de um grupo religioso radical, em conexão com um incêndio criminoso relacionado ao filme. Três dos homens foram acusados de incêndio criminoso, incluindo o seu suposto papel em incendiar dois carros estacionados fora do escritório do advogado de Uchitel.
Outros protestos violentos contra o filme incluíram um incêndio criminoso no estúdio de Uchitel.
Um dos homens detidos é Alexander Kalinin, líder de um grupo religioso chamado Estado Cristão, que prometeu colocar os cinemas em chamas se eles exibirem "Matilda".
(Por Denis Pinchuk) OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20170923T150954+0000