Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar iniciou novembro em queda ante o real, em dia de maior busca pelo risco no mercado internacional e com os investidores ainda animados com os primeiros passos do novo governo eleito.
Às 10:45, o dólar recuava 0,81 por cento, a 3,6926 reais na venda, depois de terminar outubro com a maior queda porcentual desde junho de 2016, de 7,79 por cento.
Na mínima, a moeda foi a 3,6882 reais e, na máxima, a 3,7088 reais. O dólar futuro tinha baixa de 0,80 por cento.
"Equipe econômica e projetos do governo Bolsonaro continuam sendo o foco do mercado nesse período de transição", destacou a Elite Corretora em relatório.
Nesta quinta-feira, o destaque é o encontro entre o juiz federal Sérgio Moro e o presidente eleito Jair Bolsonaro, com a possibilidade de o primeiro aceitar o convite para ser o novo ministro da Justiça. Fonte com conhecimento do assunto disse que o magistrado já informou à Justiça Federal do Paraná que pretende aceitar o cargo.
"Caso se concretize, Bolsonaro ganha pontos muito positivos com a população, que tem em Moro um exemplo probo e tê-lo no governo seria uma garantia de que a ordem seria mantida e a corrupção combatida", escreveu a gestora Infinity. Isso pode ser um ponto "a elevar ainda mais a confiança pós-vitória, com consequência nos indicadores econômicos de fim de ano".
O otimismo com o cenário político doméstico encontrava nesta quinta-feira respaldo num movimento de maior busca pelo risco no exterior, levando o dólar cair ante a cesta de moedas e também ante as divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Expectativas de que a China aumente seu estímulo fiscal ajudava as divisas emergentes, enquanto o euro era favorecido pela esperança de acordo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit.
O feriado de Finados na sexta-feira, com divulgação do relatório do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que pode reforçar a percepção de mais alta de juros no país, entretanto, pode trazer alguma cautela ao mercado local ao longo da sessão, comentaram alguns profissionais das mesas de dólar.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de dezembro, no total de 12,217 bilhões de dólares.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.