Investing.com - As recentes eleições europeias inclinaram o eixo político ainda mais para a direita. Na Itália, o Fratelli d'Italia, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, foi o partido mais votado, consolidando seu status internacional. Na Alemanha, embora o CDU-CSU tenha liderado, foi o partido de ultradireita AfD que ganhou destaque ao ficar em segundo lugar, superando o partido do chanceler Olaf Scholz.
A verdadeira revolução política, porém, ocorreu na França, onde o presidente Macron convocou eleições parlamentares após uma derrota significativa para o Rassemblement National de Marine Le Pen, confirmada nas urnas em 30 de junho.
Segundo Philip Chandler, gestor de fundos, e Azad Zangana, economista-chefe da Schroders (LON:SDR), a virada política, especialmente na França, pode levar a uma abordagem fiscal mais populista, implicando em mais gastos e cortes de impostos, o que poderia ser benéfico para as economias e mercados de ações, contanto que a confiança no mercado de títulos se mantenha.
Porém, se essa confiança se perder, pode haver um retorno repentino à austeridade, com impactos negativos para as economias envolvidas. Na Itália, por exemplo, os economistas da Schroders observam que o país parece ter encontrado uma maneira eficaz de gerenciar o mercado de títulos.
Uma das consequências possíveis das eleições é uma redução no ímpeto das políticas ambientais, o que pode afetar negativamente os retornos de longo prazo. Se a Europa não liderar a agenda climática, a China provavelmente o fará, tendo já avançado significativamente nesse aspecto. A falta de gestão das mudanças climáticas pode trazer implicações adversas para os retornos de longo prazo e para algumas empresas.
Na última década, um erro da Europa foi focar excessivamente no preço e na tributação do carbono, quando, conforme aprendido com a Lei de Redução da Inflação nos EUA, os subsídios podem ser uma ferramenta igualmente eficaz.
Investindo em meio a mudanças no ambiente geopolítico
Os eventos recentes, entre a mudança do eixo político e o novo papel da China, criarão divergências entre as empresas. Algumas poderão se adaptar bem, transferindo a produção da China para outros países, enquanto outras enfrentarão desafios. A gestão ativa será crucial para aproveitar oportunidades e mitigar riscos em um ambiente de mudanças rápidas nas cadeias de suprimentos.
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