SÃO PAULO (Reuters) - A segunda maior rede de atacarejo do Brasil, Assaí (BVMF:ASAI3), ainda não registrou crescimento no volume de compras pelos consumidores, apesar da queda na inflação de alimentos, com compradores pressionados por juros e tendo renda disputada até por apostas esportivas, afirmou o presidente-executivo da companhia, nesta quinta-feira.
"Não temos visto recuperação de volume (de compras) do ponto de vista do consumidor. As escolhas difíceis dos consumidores para enfrentar o período de inflação do período da pandemia permanecem", afirmou Belmiro Gomes, em conferência com analistas após a divulgação dos resultados da companhia na noite da véspera.
"Consumidor segue muito pressionado por juro... O mercado de aposta esportiva também tira renda desse consumidor e ele não tem conseguido retomar volumes de compra", acrescentou o executivo.
A companhia inaugurou quase 60 lojas no ano passado, para este ano a previsão é de mais 30 e a empresa ainda tem uma "série de projetos de aberturas orgânicas em 2024 e 2025", disse Gomes.
Segundo ele, o Assaí tem projeto para cerca de 50 aberturas de lojas no próximo ano, mas a empresa vai avaliar o cenário e deverá finalizar uma projeção para 2024 no final deste ano.
Enquanto isso, além das próprias inaugurações, a companhia está trabalhando em projeto de incorporação de galerias de lojas de terceiros a suas lojas, como estratégia de reduzir custos que incluem o próprio aluguel das áreas pelo Assaí.
Segundo Gomes, o projeto de galerias envolve uma área bruta locável de 220 mil metros quadrados, dos quais 50% estavam em finalização de obras no final do primeiro semestre. Como a companhia já conseguiu receita de 44 milhões de reais na primeira metade do ano com o projeto, Gomes estimou que a cifra pode dobrar até o final do ano.
Para julho, o executivo comentou que as vendas mesmas lojas estão melhores sequencialmente que em junho, mas mostrando pressão no comparativo anual.
Por outro lado, a expectativa da companhia para o segundo semestre "é mais positiva", diante da própria sazonalidade ante a primeira metade do ano, a perspectiva de redução de juros pelo Banco Central, e o fato de que a empresa já realizou a maior parte de obras de conversões de lojas para sua bandeira, afirmou.
(Por Alberto Alerigi Jr.)