👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Assembleia aprova venda de divisão de aviação comercial da Embraer para Boeing

Publicado 26.02.2019, 15:04
© Reuters. (Blank Headline Received)
EMBR3
-

SÃO PAULO (Reuters) - A venda do controle da divisão de aviação comercial da Embraer (SA:EMBR3) para a Boeing foi aprovada nesta terça-feira por assembleia de acionistas da fabricante brasileira, que ficará com apenas 20 por cento de sua principal geradora de recursos.

A assembleia contou com participação de detentores de cerca de 67 por cento das ações em circulação da Embraer e 96,8 por cento dos votos considerados como válidos foram favoráveis ao negócio, informou a companhia brasileira.

Porém, sindicatos de metalúrgicos da empresa em São Paulo afirmaram que vão pedir a suspensão dos efeitos da assembleia, alegando que ocorreu de maneira irregular.

Além da venda de 80 por cento da divisão de aviação comercial, o negócio inclui a formação de uma joint-venture para promoção e venda do cargueiro KC-390. Neste caso, a Embraer ficará com 51 por cento das ações da parceria para o cargueiro e a Boeing com o restante.

A assembleia só foi realizada na data marcada desta terça-feira depois que a presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Terezinha Cazerta, derrubou durante a madrugada liminar que impedia a realização da reunião dos acionistas. A liminar tinha sido pedida por sindicatos de metalúrgicos, que afirmam que o negócio representa uma ameaça aos interesses nacionais.

Essa intervenção de Cazerta motivou os sindicatos de metalúrgicos de São José dos Campos, Araraquara e Botucatu, em São Paulo, a considerarem que a assembleia ocorreu em "ambiente irregular".

"A juíza chamou para si uma decisão que obrigatoriamente deveria ser tomada pelo desembargador Souza Ribeiro, que já havia sido sorteado para julgar o caso Boeing–Embraer. A medida adotada pela juíza é inconstitucional. Com base nesse fato, os sindicatos pedirão a suspensão dos efeitos da assembleia", afirmou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que abriga a principal fábrica da Embraer no país.

A operação também era questionada pela Associação Brasileira de Investidores (Abradin), que defendia que a transação deveria ter disparado uma oferta pública a todos os acionistas da Embraer.

O presidente da Abradin, Aurélio Valporto, afirmou que a entidade vai avaliar que medidas vai tomar após a assembleia. Segundo ele, acionistas detentores de cerca de 430 milhões de ações estavam presentes na assembleia. Destes, um quarto se manifestou, sendo 96,8 por cento dessa parcela se mostrando favorável ao negócio.

"Na verdade a aprovação foi feita por 13 por cento dos votos do total de acionistas porque o resto são acionistas que não foram, gente que se absteve e no fim foi 96,8 por cento dos que votaram. Acontece que esses 96,8 por cento equivalem a 13 por cento dos acionistas totais”, disse Valporto.

Para o vice-presidente-executivo de Finanças da Embraer, Nelson Salgado, alvo de questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por causa da forma como a empresa divulgou informações ao mercado sobre as negociações, os acionistas da Embraer "reconheceram os benefícios da parceria com a Boeing na aviação comercial e na promoção do avião multimissão KC-390". Além disso, os acionistas "compreenderam as oportunidades que existem nos negócios da aviação executiva e defesa”, acrescentou.

Por volta de 14:20, as ações da Embraer subiam 3,2 por cento, a 20,02 reais. Mais cedo, os papéis mostravam valorização de 4,3 por cento, a 20,24 reais, perto da máxima da sessão, de 20,29 reais.

Em 2018, a ação da Embraer acumulou valorização de 9 por cento. A Embraer anunciou formalmente tratativas com a Boeing em meados do ano passado.

A transação avalia a divisão de aviação comercial da Embraer em 5,26 bilhões de dólares e contempla um valor de 4,2 bilhões de dólares pela participação de 80 por cento da Boeing.

Os negócios de defesa e jatos executivos e as operações de serviços da Embraer associados a esses produtos permanecerão como uma empresa independente e de capital aberto.

Em meados de janeiro, a Embraer informou que espera que suas receitas caiam em cerca de 50 por cento em 2020 diante da separação da divisão comercial do restante da empresa. A companhia também afirmou que espera reverter um fluxo de caixa negativo de 2018, com o efeito da entrada de recursos da Boeing e previu fluxo positivo de 1 bilhão de dólares com a conclusão da operação.

© Reuters. (Blank Headline Received)

Com o acordo, os acionistas da Embraer receberão cerca de 35 por cento dos recursos da Boeing.

(Por Alberto Alerigi Jr., com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.