Por Dawn Chmielewski e Lisa Richwine
LOS ANGELES (Reuters) - Os estúdios de cinema dos Estados Unidos precisam da permissão dos atores para usar suas imagens em material gerado por inteligência artificial (IA) e devem pagar os artistas sempre que seus dublês digitais aparecerem na tela sob o novo acordo de trabalho estabelecido que encerrou uma greve de 118 dias.
Os atores garantiram essas novas salvaguardas como parte de um acordo anunciado na noite de quarta-feira, segundo Duncan Crabtree-Ireland, negociador-chefe do sindicato de atores SAG-AFTRA.
Sob o contrato de três anos, os atores “têm esse direito de consentimento e o direito a uma remuneração justa sempre que algum tipo de réplica digital ou substituição deles for usada”, disse Crabtree-Ireland à Reuters.
O acordo proposto estabelece um nível mínimo de remuneração para o uso de IA, disse Crabtree-Ireland. Os atores também são livres para negociar pagamentos mais elevados.
Detalhes completos do novo contrato serão divulgados após a votação do conselho nacional da SAG-AFTRA sobre a proposta na sexta-feira, disse o sindicato. Em seguida, o acordo será encaminhado aos sindicalistas para ratificação.
Os artistas de cinema e televisão têm visto a IA como uma ameaça existencial, temendo que sejam substituídos por versões digitais de suas próprias imagens ou por "meta humanos" criados pela IA. Os atores de figuração e de voz, especialmente, temem perder trabalho para artistas sintéticos.
Crabtree-Ireland disse que o contrato proposto também inclui salvaguardas em torno do uso de IA generativa para a criação de atores sintéticos.
(Reportagem de Dawn Chmielewski e Lisa Richwine em Los Angeles)