Auren Energia finaliza integração com AES, avança com desalavancagem no 2º tri

Publicado 07.08.2025, 18:42
Atualizado 07.08.2025, 18:45
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Por Leticia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - A geradora renovável Auren Energia (BVMF:AURE3) praticamente encerrou no segundo trimestre o processo de integração dos negócios comprados da AES no Brasil e está avançando nos esforços de desalavancagem, buscando reduzir o elevado endividamento que resultou da operação, disseram executivos da companhia à Reuters.

A elétrica controlada por Votorantim e CPP Investments divulgou nesta quinta-feira um prejuízo líquido de R$562,9 milhões no segundo trimestre, ante cifra negativa em R$17,6 milhões registrada um ano antes.

O desempenho na última linha do balanço é explicado principalmente por um aumento da depreciação após a entrada em operação de algumas usinas renováveis e pela piora do resultado financeiro líquido, impactado pelo crescimento da dívida na comparação anual após a compra dos ativos da AES.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da geradora somou R$980,6 milhões, alta de 18,1% na base anual.

Em entrevista à Reuters, o CEO da Auren, Fabio Zanfelice, comemorou o resultado operacional, destacando a melhora da produção eólica do grupo e também avanços na comercialização de energia, com venda de contratos de autoprodução de 15 anos que somaram 200 MW médios e preço médio de venda superior a R$220/MWh.

Ele disse ainda que a companhia "praticamente decretou" o fim da integração com a AES, comprada no ano passado, em uma operação de R$7 bilhões que criou a terceira maior geradora do Brasil.

"Nós estamos agora nas últimas etapas de teste da integração do SAP. Todo o resto que a gente tinha que fazer já foi feito: a unificação do Centro de Operações, a unificação do Centro de Serviço Compartilhado, a evolução no desempenho das eólicas."

As sinergias capturadas nesse processo já totalizam R$154 milhões, enquanto a disponibilidade dos ativos eólicos adquiridos alcançou uma média de 92,0%, aumento de mais de 5 pontos percentuais na base anual, o que agrega mais receita para a companhia, disse Zanfelice.

Já sobre endividamento, a Auren realizou novas emissões, no total de R$3,5 bilhões, para fazer a liquidação antecipada e integral da parcela referente ao financiamento da aquisição da AES, no valor de R$2,2 bilhões, além de financiar a construção do projeto eólico Cajuína 3, disse o vice-presidente Financeiro e de RI, Mateus Ferreira.

A Auren terminou o mês de junho com alavancagem de 4,8 vezes a relação dívida líquida/Ebitda ajustado, diminuições de 0,9 vez desde a combinação de negócios com a AES Brasil (BVMF:AESB3), e de 0,2 vez em relação ao primeiro trimestre.

A companhia mira atingir um índice ideal, de 3 a 3,5 vezes, entre 2027 e 2028, disse Ferreira.

ALAVANCAGEM E CRESCIMENTO

Segundo Zanfelice, a finalização da integração com a AES permite que a Auren passe a se concentrar em outras frentes, inclusive oportunidades de crescimento, mas ele ressaltou que o foco, agora, é seguir no processo de desalavancagem.

"A gente vai muito mais para o lado do ’asset light’ agora; é evoluir na digitalização da comercialização, expandir a nossa atuação no mercado livre... Tem o tema de baterias, que não é um investimento muito grande, a gente pode começar a fazer."

Ele afirmou que a companhia não descarta novos negócios de M&A (fusões e aquisições, na sigla em inglês), desde que tragam "retornos muito bons".

"O mercado hoje tem tido alguns problemas de várias ordens, como o curtailment (cortes de geração)... Pode ser que surjam oportunidades para a companhia, a gente também vai olhar. Mas se você me perguntar hoje, o foco é desalavancar".

Sobre os cortes de geração de energia, que têm levado a perdas de receita para as elétricas que atuam principalmente com usinas eólicas e solares, Zanfelice afirmou que a diversificação do portfólio do grupo, que também detém grandes hidrelétricas, permitiu mitigar prejuízos.

"No trimestre, tem um efeito negativo de R$76 milhões (de curtailment). Só que se a gente olhar o que a gente ganhou nas hidrelétricas pelo fator modulação, foram R$40 milhões. Um efeito líquido de R$36 milhões, num trimestre que a gente faz R$981 milhões de Ebitda, é marginal, muito marginal".

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