Por Gabriel Codas
Investing.com - Na parte da manhã desta terça-feira, as ações da Azul (SA:AZUL4) operam com perdas na bolsa paulista. Na noite de ontem, a Reuters divulgou notícia de que a aérea teria demitido cerca de mil funcionários, principalmente de tripulantes de voos, à medida que se ajusta aos efeitos devastadores da pandemia da Covid-19 sobre o setor aéreo.
Por volta das 10h36, os papéis cediam 0,50% a R$ 21,94, performance que o Ibovespa hoje. O principal índice acionário brasileiro tinha leve recuo de 0,16% a 98.784 pontos.
“É o número (de demissões) até o momento”, disse a fonte ligada à companhia, sob condição de anonimato.
A medida segue-se à queda vertiginosa das viagens aéreas no Brasil e no mundo, como consequência das medidas de isolamento social adotadas para tentar conter o avanço da pandemia, que reduziram voos e decolagens quase a zero em março.
Mesmo com a recuperação recente, o vice-presidente de Receitas da Azul, Abhi Shah, afirmou mais cedo nesta segunda-feira que a companhia poderá oferecer o equivalente a apenas 35% da malha pré-crise em agosto.
Se confirmado o número, as demissões representariam pouco mais de 7% do quadro de funcionários da empresa, que era de 13.698 pessoas no fim de março, segundo dados do balanço do primeiro trimestre.
Além das demissões, a Azul abriu um programa envolvendo demissão voluntária (PDV), aposentadoria antecipada e licença não remunerada que afirma ter tido adesão de mais de 2 mil tripulantes.
Consultada, a Azul afirmou em nota que apesar dos “esforços para preservar o máximo de posições possível”, “parte de seus tripulantes está deixando a empresa nessa semana”, mas não comentou números de demissões. Afirmou ainda que todos os tripulantes que deixarem a empresa terão prioridade na recontratação “quando a companhia retomar seu crescimento”.
No mês passado, a Gol (SA:GOLL4) anunciou acordo com pilotos e comissários para flexibilizar jornada e salários até 2021.
A Latam, maior companhia aérea da América Latina, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos no mês passado, excluindo Brasil, visando reestruturar 18 bilhões de dólares em dívidas.