SÃO PAULO (Reuters) - A companhia aérea Azul (SA:AZUL4) confirmou nesta quinta-feira a contratação da consultoria Galeazzi & Associados para "apoiar suas iniciativas para minimizar o impacto da crise do Covid-19" e ajudar a empresa "a se fortalecer e se preparar para o novo ambiente econômico após o fim da pandemia".
A empresa não mencionou em comunicado ao mercado sua situação financeira. Nesta semana, o jornal O Estado de S. Paulo publicou que a consultoria foi contratada para ajudar a Azul a renegociar cerca de 15 bilhões de reais em dívida junto a credores e fornecedores.
A Azul terminou 2019 com caixa e equivalentes de 4,3 bilhões de reais além de depósitos em garantia e reservas de manutenção de 1,7 bilhão de reais.
A companhia afirmou que a contratação da Galeazzi ocorreu enquanto já vinha utilizando seus serviços para desenvolvimento de estratégia para sua operação de transporte de cargas.
Na véspera, o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, disse que a empresa ainda não concluiu negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para garantir uma linha de crédito de um total de cerca de 10 bilhões reservados pelo governo federal para apoiar o setor aéreo, um dos mais afetados pelas medidas de restrição à circulação tomadas por autoridades como forma de frear o coronavírus.
O presidente-executivo da rival Gol (SA:GOLL4), Paulo Kakinoff, havia mencionado dias antes que a empresa também não havia concluído as discussões com o banco de fomento diante de diferenças em fatores que incluíam gatilho que disparará uma eventual conversão do crédito em ações da empresa para o BNDES, taxa a ser aplicada na linha e eventual nível de diluição.
As ações da Azul abriram em alta nesta quinta-feira e exibia valorização de quase 2% por volta das 10:25, enquanto o Ibovespa avançava pouco mais de 1%.
Além da Galeazzi, a Azul contratou a consultoria Plane View Partners para apoiar a "estratégia do plano de frota e no relacionamento com fabricantes e empresas de arrendamento de aeronaves". Os escritórios de advocacia Pinheiro Neto e TWK também foram contratados e se dedicarão a "auxiliar a Azul nas negociações comerciais".
"Entramos nesta crise como uma das melhores companhias aéreas do mundo e nossa intenção é sair ainda mais fortes", disse no comunicado o vice-presidente financeiro da Azul, Alex Malfitani.