SÃO PAULO (Reuters) - A empresa aérea Azul rearranjou de 8 a 10 por cento de sua malha de voos programada para maio para locais de maior demanda, num momento em o dólar alto pressiona custos do setor, que ao mesmo tempo não tem se beneficiado como esperado do impacto da queda do preço do petróleo no querosene de aviação.
A companhia também decidiu cancelar voos extras em maio para Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, por conta da conjuntura mais negativa, disse nesta terça-feira o presidente da Azul, Antonoaldo Neves, em evento do setor promovido pela Panrotas.
Segundo o executivo, não houve corte da malha de voos de maio em termos de capacidade (oferta de voos) sobre maio do ano passado. A companhia deixou de atender os destinos de Araguaína (TO) e Campina Grande (PB), mas a medida tem pouco impacto sobre a oferta total de voos da companhia, disse.
Fonte com conhecimento do assunto tinha afirmado à Reuters na véspera que a Azul planeja reduzir em cerca de 10 por cento sua oferta de voos a partir de abril para diminuir custos operacionais. Segundo a fonte, o plano de ajuste envolve também voos aos Estados Unidos.
Também enfrentando um cenário de menor demanda de clientes corporativos, cerca de dois terços da demanda total, a Azul está checando semanalmente como a malha de voos está reagindo e vai avaliar se em junho podem ocorrer novos ajustes.
De acordo com Neves, a série de ofertas de bilhetes a preços promocionais promovidas pelas companhias aéreas recentemente demonstram que há muita capacidade para a demanda atual.
"No fundo, a promoção de passagens não e uma estratégia, todos temos nossas praticas de precificação. Ela é consequência de um momento muito difícil", disse Neves.
Diferente da Gol, que disse poder revisar para baixo a projeção inicial de oferta estável no mercado domestico para 2015, Neves disse ser difícil já falar em tendência de redução de capacidade, já que segue trabalhando com a expectativa de se beneficiar do plano da aviação regional, mas que certamente não haverá crescimento significativo.
Neves disse também que os subsídios previstos no plano do governo federal ajudariam mais na manutenção de rotas que a empresa poderia deixar de ter. Para Barreiras (BA), a Azul já não estaria mais podendo voar devido ao custo do combustível.
"O subsídio para a Azul neste ano não representa nem 20 por cento da receita que deixei de ter por causa da demanda (fraca) nos três primeiros meses do ano", afirmou.
(Por Priscila Jordão)