Investing.com – A expectativa já não era favorável para o balanço da B3 (BVMF:B3SA3), que reportou uma queda em seu lucro com um mercado acionário ainda pressionado.
Analistas miram em 2024 e esperam tempos melhores por vir, diante da continuidade do ciclo de cortes nas taxas de juros locais e perspectiva de início de uma flexibilização em economias desenvolvidas, o que pode favorecer o mercado de ações da operadora da bolsa de valores brasileira.
Em repercussão, os papéis da companhia recuavam 1,26%, a R$12,50 às 11h45 (de Brasília) desta sexta, 23.
O lucro líquido recorrente somou R$ 1,057 bilhão, uma diminuição anual de 8,2%, enquanto o EBITDA recorrente de R$ 1,459 bilhão representa uma queda de 10,3% na mesma comparação e a receita total de R$ 2,49 bilhões uma retração de 2,9%.
Segundo a B3 informou em seu release de resultados, as incertezas sobre o comportamento das taxas de juros americanas e nas principais economias globais seguem afetando os mercados de capitais por todo o mundo, com impacto negativo nos volumes negociados de ações nas principais bolsas de valores, incluindo a brasileira.
De acordo com o BB Investimentos, a B3 apresentou um resultado negativo, mas isso já era esperado. “Ainda que o corte da taxa de juros no Brasil tenha seguido o ritmo esperado para o trimestre, as incertezas quanto às decisões sobre a taxa de juros americana continuaram impactando o segmento de Ações e Instrumentos de renda variável. O volume médio diário negociado (ADTV) de R$ 24,3 bilhões foi 24,8% inferior ao 4T22”, afirmam os analistas Luan Calimério e William Bertan, que ressaltam a sazonalidade comparativa do ano anterior influenciada pelo período eleitoral.
Os analistas avaliam que, diante do ambiente macroeconômico, a empresa ainda apresenta resultados desfavoráveis em seu core business, mas “a estratégia de diversificação nos negócios tem sido relevante para compensação de receitas, e se mostrado mais significativa a cada resultado”. Com perspectivas melhores por vir para o mercado de capitais, a recomendação é de compra, preço-alvo de R$15,60.
A Genial Investimentos considerou que as despesas pesaram no resultado, mas espera que 2024 pode ser promissor. “Este aumento foi impulsionado principalmente pela plataforma do programa Desenrola, contribuições relativas à atividade de autorregulação (de pelo menos 2 anos) e provisões para processos em andamento. Por outro lado, as receitas permaneceram praticamente estáveis”, apontam os analistas Eduardo Nishio, Wagner Biondo e Felipe Oller. A Genial também indica compra dos papéis, com preço-alvo de R$17,10.
A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) concorda que os dados vieram fracos e “pouco inspiradores”, combinando volumes reduzidos, pressão na receita e despesas superiores ao previsto. “É importante notar que, apesar das despesas mais altas no trimestre, a B3 conseguiu cumprir seu Guidance de despesas para 2023. No entanto, os números da receita ficaram um pouco abaixo das nossas estimativas”, completam Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, citando ainda contribuições antecipadas relacionadas à autorregulação que afetaram o EBITDA. A XP mantém visão cautelosa sobre a companhia diante de volumes fracos.
A XP espera que o desempenho dos papéis deve ser movido mais por notícias referentes à possível concorrência e atividades do mercado de capitais do que pelos balanços. “Embora a B3 continue a ser uma sólida opção de dividendos, mantemos nossa postura conservadora e não esperamos que isso seja gatilho para a valorização de suas ações”.
O InvestingPRO estima um preço-justo de R$15,06 para as ações da B3, um potencial de valorização em torno de 20%.
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