Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O próximo rebalanceamento do Ibovespa deve manter o índice de referência da bolsa paulista com o menor número de ações em sua composição desde 2010, em um ambiente de menor liquidez no mercado acionário local.
De acordo com o estrategista do Citibank, Fernando Siqueira, houve uma diminuição de liquidez nos mercados emergentes em geral, com o movimento no Brasil afetado ainda por perspectivas de crescimento econômico mais fraco e situação política difícil.
"E como o Ibovespa é baseado em liquidez, quando há uma redução a carteira fica mais concentrada", disse.
A primeira prévia de três para o indicador que irá vigorar a partir de 8 de setembro será divulgada pela BM&FBovespa (SA:BVMF3) em 3 de agosto. As outras duas preliminares serão conhecidas em 17 de agosto e 4 de setembro.
Três de cinco avaliações do mercado compiladas pela Reuters estimam que o Ibovespa seguirá com 66 ações - mesmo número da atual carteira, que fica em vigor até 4 de setembro. Das duas restantes, uma prevê aumento para 67 ativos e a outra espera queda para 65 papéis. Este ano começou com 68 ativos.
A última vez que a composição do Ibovespa teve menos ações que o patamar atual foi no quadrimestre iniciado em janeiro de 2010, antes da mudança da metodologia do índice, com 63 ações. Na carteira seguinte, em maio, o número subiu para 66 ativos. Em setembro de 2013, quando a Bovespa anunciou alterações, a carteira somava 73 papéis.
Dados de volume na Bovespa corroboram a percepção sobre menor volume de negócios nos últimos meses.
O giro médio financeiro diário em maio somou 7,2 bilhões de reais, caiu a 6,3 bilhões em junho e em julho, até o dia 27, estava em 5,5 bilhões de reais. A média de negócios enquanto isso caiu de cerca de 946 mil por dia para 800 mil.
CONSTRUTORAS RECUAM E VAREJO CRESCE
Na nova metodologia, que começou a valer integralmente em maio de 2014, a BM&FBovespa passou a considerar além da liquidez o valor de mercado das companhias em circulação no mercado para inclusão no índice, entre outras mudanças. (http://bit.ly/1IryPW1)
Para o Credit Suisse, após a nova metodologia de cálculo do indicador, as alterações na composição do Ibovespa ficaram menos frequentes. A equipe da corretora da casa inclusive avalia que o ajuste no índice deve trazer pouca movimentação ao mercado.
É consenso entre as prévias compiladas que a ação da rede de farmácias Raia Drogasil (SA:RADL3) deve ser incluída no Ibovespa, enquanto a incorporadora Gafisa (SA:GFSA3) tende a ser excluída da composição do índice, reduzindo mais uma vez o grupo de empresas do setor imobiliário do indicador. Em janeiro a construtora Rossi (SA:RSID3) deixou de fazer parte da carteira.
Veja as cinco prévias do mercado para movimentações da carteira do Ibovespa compiladas pela Reuters:
ENTRADAS SAÍDAS
Citi Raia Drogasil Gafisa
Equatorial Energia (SA:EQTL3)
Itaú (SA:ITSA4) BBA Raia Drogasil Gafisa
BTG Pactual (SA:BBTG11) Raia Drogasil Gafisa
Equatorial Energia Marcopolo (SA:POMO4)
Credit Suisse Raia Drogasil Gafisa
Equatorial Energia Gol
Morgan Stanley (NYSE:MS) Raia Drogasil Gafisa
Equatorial Energia Gol
Duratex (SA:DTEX3)