Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O BBNK, banco que permite que empresas não financeiras tenham seu próprio braço de serviços bancários, está recebendo um aporte de até 60 milhões de reais apoiada pela empresa de tecnologia BRQ e o fundo brasileiro de capital de risco Parallax Ventures.
Criada neste ano por quatro ex-executivos de instituições financeiras, o BBNK tem como alvos empresas interessadas em oferecer serviços bancários, mas dentro de seus próprios ambientes e com marca própria, num modelo mais abrangente do conceito de white label.
"As empresas oferecem os serviços financeiros como parte de seu próprio ambiente e com a sua cara, mas nós cuidamos de tudo", disse à Reuters o presidente e sócio-fundador do BBNK, Yan Tironi.
Dentre os cerca de 60 clientes atuais do banco estão a corretora de seguros Wiz (SA:WIZS3), o market place de moda Dafiti, a startup de beleza Singu, além de outras grandes companhias de varejo, indústria e comércio.
O negócio desponta no momento em que diversas varejistas de grande porte no país têm feito movimentos para também terem seus braços próprios de pagamentos e outros serviços bancários, enquanto o Banco Central sinaliza regulação para o open banking, sistema que dá ao usuário o poder sobre seus dados financeiros e que deve trazer para o mercado uma infinidade de potenciais concorrentes aos grandes bancos.
Lojas Americanas (SA:LAME4), BR Distribuidora (SA:BRDT3), Carrefour (SA:CRFB3) são apenas alguns casos de empresas de varejo que compraram ou criaram negócios de serviços financeiros nas últimas semanas.
No caso do BBNK, o objetivo é atender empresas interessadas em ter o mesmo tipo de capacidade, mas que preferem não desenvolver uma estrutura própria. Atualmente, o porte médio das empresas clientes tem 50 mil a 150 mil contas, algumas com faturamento anual acima de 1 bilhão de reais.
"Nosso plano é atingir algumas centenas de grandes empresas ou arranjos no país, mas que tenham capacidade de permitir a abertura de milhões de contas", disse outro sócio-fundador do BBNK, Mario Cavalieri. A meta dos sócios é de superar a marca de 1 milhão de contas de pagamentos já no ano que vem.
A expectativa dos sócios é de que a ampliação do leque de produtos vai ajudar a expandir a base naturalmente, à medida que fazem parcerias, inclusive com bancos para oferta de serviços como crédito e seguros.
A chegada da Parallax, cuja equipe é especializada em crédito pessoal, e da BRQ, de serviços de TI para o setor financeiro, são parte desse movimento.
Além da entrada da BRQ, da Parallax e de outros três sócios cujos nomes serão revelados mais adiante, o BBNK também tem na sociedade o Banco Máxima.
Os executivos do BBNK dizem que já negociam com investidores internacionais, cujos nomes não foram revelados, para receber um novo e maior aporte para o negócio no ano que vem.