Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - As ações do Banco do Brasil (SA:BBAS3) caíam 1,86% nesta sexta-feira (12) após o banco apresentar lucro líquido ajustado de R$ 3,695 bilhões no quarto trimestre, uma queda de 20,1% na base anual.
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Perto das 10h30, os papéis eram negociados a R$ 33,31, com volume de negociação de R$ 69,48 milhões. A ação acumula queda de 14% nos últimos trinta dias e de 32% nas últimas 52 semanas.
Segundo os analistas da XP Investimentos, o resultado foi ajudado pelos impostos, que vieram positivos devido à maior distribuição de juros sob capital próprio no trimestre, mas compensados por maiores provisões operacionais, um problema antigo que, segundo a corretora, deveria estar resolvido.
Os analistas continuam recomendando Compra para o BB, com preço-alvo de R$ 43, com convicção de que o retorno sobre o patrimônio atual do banco já deve justificar uma alta de 25% para o papel.
Ainda assim, eles reiteraram a mudança de escolha de ação preferencial do setor para o Bradesco (SA:BBDC4), que deve estar mais bem posicionado para captar a recuperação econômica e aumentar a lucratividade no curto prazo, e alertaram sobre possíveis comentários do presidente do BB, André Brandão, sobre a confusão de janeiro envolvendo sua demissão.
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Já para a Ativa Investimentos, o Banco do Brasil apresentou um resultado em linha com as expectativas.
O aumento na margem financeira bruta, combinada com maiores receitas de serviços, menores despesas com provisão e uma alíquota zero de imposto no período, permitiu expansão do lucro líquido, escrevem, pontuando que o resultado foi ligeiramente pior do que os pares privados devido à diferente composição no mix da carteira de crédito além de reduções mais modestas na provisão para créditos de liquidação duvidosa.
Para a Safra Corretora, na comparação com o trimestre anterior, o crescimento da receita líquida do Banco do Brasil e a menor provisão de crédito foram ofuscados pelo maior nível de despesas, principalmente pela linha com o saldo de demandas cíveis, fiscais e trabalhistas, bem como a que contém outras provisões, resultado em participações e fundo de pensão, despesas tributárias, entre outros.
Os analistas escrevem em relatório que enquanto as despesas administrativas podem permanecer estáveis, refletindo as iniciativas de redução de custos, o guidance tímido para as receitas de serviços mostra que devem ficar praticamente estáveis em 2021.
Eles mantiveram a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 56.
Já os analistas da Guide Investimentos reiteraram a recomendação Overweight para o papel, o equivalente a Compra, apesar do que eles chamaram de “trimestre desmotivador”, por verem múltiplos descontados após a queda dos papéis com a suposta demissão de Brandão.