A Boa Safra, produtora brasileira de sementes de soja, obteve lucro líquido de R$ 18,1 milhões no segundo trimestre de 2024. O resultado representa queda de 34,92% em comparação a igual período de 2023, quando o lucro foi de R$ 27,8 milhões, informou a companhia nesta quinta-feira.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no segundo trimestre foi de R$ 7,195 milhões, redução de 66,9% na comparação anual. A receita operacional líquida caiu 34,86%, para R$ 87,6 milhões.
"Essa diminuição está alinhada com a sazonalidade do beneficiamento e descarte, que foram mais tardios", afirmou o diretor Financeiro da Boa Safra, Felipe Marques, em entrevista ao Broadcast Agro.
Segundo o executivo, parte da redução do lucro se deve ao aumento dos custos com o incremento do número de colaboradores e realocações devido à mudança de sede administrativa e à implementação dos novos centros de distribuição.
"É nesse período que a empresa concentra seus custos e despesas. Nosso principal produto é a venda de sementes, e o plantio de soja no Brasil, principalmente em Mato Grosso, começa na segunda semana de setembro. Portanto, a receita gerada por essas vendas só é reconhecida nos terceiro e quarto trimestres, enquanto nos preparamos para a próxima safra. Os custos e despesas, por outro lado, se concentram no final dos primeiro e segundo trimestres. Por isso, recomendamos uma análise de longo prazo, que suaviza os efeitos da sazonalidade", disse Marques.
Nos 12 meses até o fim de junho, o lucro líquido acumulado da Boa Safra cresceu 87,5% ante o período anterior de 12 meses, alcançando R$ 356,9 milhões. No caso do Ebitda ajustado, houve alta de 14,88% na mesma comparação, para R$ 256,3 milhões. Já a receita líquida subiu 8,96%, para R$ 1,985 bilhão.
"Somos conhecidos por sermos a empresa mais sazonal da Bolsa. E é por isso que o resultado trimestral, embora importante, é secundário em relação à discussão sobre a carteira de pedidos", complementou Marques.