Por Lisa Richwine e Dawn Chmielewski
LOS ANGELES (Reuters) - Bob Iger está voltando para a Walt Disney (NYSE:DIS) como presidente-executivo menos de um ano após se aposentar, em um surpreendente retorno que coincide com a tentativa da empresa de entretenimento de elevar a confiança dos investidores e os lucros de seu negócio de streaming.
Iger, 71, que se aposentou no ano passado --quando era presidente do conselho de administração-- e ocupou por 15 anos o cargo de presidente-executivo, comandará a empresa por mais dois anos com efeito imediato, disse a Disney em comunicado na noite de domingo.
Ele substituirá Bob Chapek, que assumiu a posição em fevereiro de 2020, logo após a pandemia ser declarada, o que levou ao fechamento de parques e restrições aos visitantes em todo o mundo.
As ações da Disney subiam 8,2%, para 99,30 dólares cada, nas negociações pré-mercado nos Estados Unidos. Os papéis cederam mais de 40% até agora em 2022, enquanto o Dow Jones caiu quase 7% no mesmo período.
"O conselho (de administração) concluiu que, à medida que a Disney embarca em um momento cada vez mais complexo de transformação da indústria, Bob Iger está em uma posição única para liderar a empresa nesse período crucial", disse a presidente do conselho, Susan Arnold, em comunicado.
O negócio de streaming teve prejuízo de quase 1,5 bilhão de dólares no trimestre, mais que o dobro da perda registrada um ano antes, ofuscando os ganhos de assinantes. A unidade, que concorre com empresas como a Netflix (NASDAQ:NFLX), ainda não obteve lucro desde seu lançamento em 2019.
A Disney disse que espera que o Disney+ se torne lucrativo no ano fiscal de 2024.
Iger saiu da Disney em alta, uma vez que a empresa liderava a batalha contra a rival Netflix. Durante sua gestão, a Disney fez várias aquisições importantes, incluindo Pixar Animation Studios, Marvel Entertainment e 21st Century Fox, e aumentou seu valor de mercado em cinco vezes.
Durante esta segunda fase, Iger foi encarregado de "colocar a Disney no caminho para um crescimento renovado" e trabalhar com o conselho para identificar um sucessor, disse a empresa.
A mudança de comando pegou os funcionários de surpresa, disseram duas fontes da empresa.
Durante seu curto mandato, Chapek teve que lidar com fechamentos de parques temáticos e paralisações de produção devido à pandemia.
Ele se envolveu em uma disputa interna com a equipe, que o criticou por permanecer em silêncio sobre a legislação do Estado norte-americano da Flórida que limita a discussão em sala de aula sobre orientação sexual e identidade de gênero.
Em agosto, o investidor ativista Daniel Loeb começou a pressionar por mudanças na Disney, incluindo a separação da rede de televisão esportiva ESPN.