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Boeing concorda em confissão de culpa na investigação do 737 MAX

EdiçãoEmilio Ghigini
Publicado 08.07.2024, 06:52
© Reuters
BA
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A Boeing (NYSE:BA) consentiu em se declarar culpada por uma acusação de conspiração de fraude criminal, como parte de uma resolução com a investigação do Departamento de Justiça dos EUA sobre dois acidentes fatais com o 737 MAX.

A gigante aeroespacial também pagará uma multa criminal de US$ 243,6 milhões, sujeita à aprovação de um juiz federal. Esse desenvolvimento ocorre após os acidentes na Indonésia e na Etiópia entre 2018 e 2019, que resultaram em 346 mortes.

O acordo judicial, anunciado no domingo, permite que a Boeing evite um julgamento público potencialmente prejudicial, mas não protege a empresa de futuros desafios legais relacionados aos acidentes.

O acordo exige que a Boeing invista um mínimo de US$ 455 milhões nos próximos três anos para aprimorar seus programas de segurança e conformidade. Além disso, um monitor terceirizado será nomeado pelo DOJ para supervisionar a adesão da Boeing ao acordo, com relatórios anuais de progresso a serem apresentados publicamente.

O DOJ apresentou à Boeing uma oferta de confissão em 30 de junho, dando à empresa um prazo até o final daquela semana para aceitar ou prosseguir com o julgamento. Alguns familiares das vítimas do acidente, representados por um advogado, criticaram o acordo e pretendem contestá-lo no tribunal.

A crise da Boeing se aprofundou com um incidente em voo em 5 de janeiro, quando um painel se desprendeu de um novo jato 737 MAX 9 durante um voo da Alaska Airlines. O acordo anterior de acusação diferida da empresa, que expirou apenas dois dias após o incidente de janeiro, não cobriu a conduta além dos acidentes iniciais.

A empresa está admitindo ter enganado a Federal Aviation Administration (FAA) sobre um recurso de software, o Maneuvering Characteristics Augmentation System (MCAS), que foi implicado nos acidentes.

O software foi projetado para empurrar o nariz do avião para baixo sob certas condições e foi um fator que levou ao aterramento do avião por 20 meses pela FAA. O aterramento foi suspenso em novembro de 2020.

O conselho de administração da Boeing deve se reunir com os parentes das vítimas do acidente como parte do acordo. Embora o acordo não proteja nenhum executivo, as acusações individuais são consideradas improváveis devido ao estatuto de limitações.

Esta multa é a segunda penalidade de US$ 243,6 milhões para a Boeing relacionada aos acidentes, elevando o total ao máximo permitido pelo acordo anterior de US$ 2,5 bilhões de 2021. A multa corresponde à economia que a Boeing acumulou ao evitar o treinamento completo em simulador de voo para pilotos.

As famílias das vítimas do acidente já condenaram o acordo anterior e este ano pediram ao DOJ que buscasse até US $ 25 bilhões da Boeing. O DOJ tem se envolvido ativamente com as famílias das vítimas enquanto investiga a violação do acordo de 2021 pela empresa.

A Reuters contribuiu para este artigo.

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