Por Aditi Shah
NOVA DÉLHI (Reuters) - As tarifas aéreas no mercado indiano, que cresce rapidamente, estão 10 a 15 por cento mais baixas que as necessárias para equilibrar as contas de companhias aéreas, disse um executivo da Boeing, embora a fabricante de aeronaves tenha elevado a um recorde sua previsão de longo prazo para encomendas de jatos da Índia, apesar dos desafios do mercado.
As principais companhias aéreas indianas Jet Airways, IndiGo e SpiceJet estavam todas no vermelho no trimestre encerrado em setembro, com os altos preços do petróleo, a rúpia fraca e a intensa concorrência de preços corroendo suas margens.
É importante para a sustentabilidade do setor que as companhias aéreas mostrem mais disciplina no preço das tarifas, disse nesta quarta-feira Dinesh Keskar, vice-presidente sênior de vendas para Ásia-Pacífico e Índia na Boeing.
"O crescimento de dois dígitos juntamente com as perdas é o que me preocupa", afirmou ele. "Renuncio 2 a 3 por cento de crescimento para ganhar dinheiro, em vez de encher o meu avião a preços muito baixos e nunca ganhar dinheiro."
No entanto, até o momento, a falta de lucratividade não afetou as entregas aos clientes da Boeing, que incluem a Jet Airways e a SpiceJet, disse Keskar.
O tráfego de passageiros na Índia aumentou cerca de 20 por cento nos últimos anos, tornando-se um dos mercados de aviação que mais cresce no mundo. A Boeing espera que o país se torne o terceiro maior mercado de aviação comercial no início dos anos 2020.
A Boeing prevê que companhias aéreas indianas encomendem um recorde de até 2.300 novos aviões no valor de 320 bilhões de dólares nos próximos 20 anos até 2037, cerca de 9,5 por cento acima da expectativa anunciada em 2017, de aproximadamente 2.100 jatos até 2036.
A previsão surge em meio a sinais de que a pressão sobre o setor aéreo indiano, dominado por companhias aéreas de baixo custo, está começando a diminuir à medida que os preços do petróleo caem e a rúpia se estabiliza.
A Kotak Institutional Equities informou na semana passada em uma nota aos clientes que havia sinais de que o pior já passou, com dados mostrando tarifas inalteradas no terceiro trimestre que se encerra em 31 de dezembro, contra uma queda de 9 a 10 por cento nos dois trimestres anteriores.
(Por Aditi Shah)