Por David Shepardson
ARLINGTON, VIRGÍNIA (Reuters) - O secretário de Transportes dos Estados Unidos, Pete Buttigieg, disse nesta quarta-feira que a Boeing (NYSE:BA) deve cumprir um mandato governamental para resolver questões sistêmicas de controle de qualidade dentro de 90 dias antes de poder aumentar a produção do 737 MAX.
Buttigieg observou que a Boeing está na metade do prazo de 90 dias estabelecido pela Agência Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês).
“Não vamos deixá-los (aumentar a produção) até que tenham convencido a FAA de que podem fazê-lo com segurança”, disse, em um evento no Aeroporto Nacional Reagan, nos arredores de Washington.
A FAA, no final de janeiro, tomou a medida sem precedentes de dizer à Boeing que não permitiria que a fabricante de aviões expandisse a produção do 737 MAX após uma emergência aérea em um modelo 737 MAX 9 da Alaska Airlines (NYSE:ALK). O Departamento de Justiça abriu uma investigação criminal sobre o episódio.
O diretor da FAA, Mike Whitaker, disse à Reuters em março que a Boeing tem permissão para produzir 38 aviões modelo 737 por mês, mas a produção atual real "é inferior a isso".
A Reuters informou no início deste mês que a taxa de produção mensal da Boeing caiu para um dígito no final de março.
O presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, disse em uma teleconferência de resultados nesta quarta-feira que a FAA quer um plano em 90 dias “que, em essência, monitore e meça se nosso sistema de produção está sob controle no futuro”.
“90 dias não é como agitar uma bandeira mágica, e está tudo ótimo, e vocês podem ir dos 38 aos 40”, acrescentou.
Whitaker disse em março que o cronograma para quando a Boeing poderá aumentar a taxa de produção do 737 MAX dependerá de “quão eficazmente eles podem implementar essas mudanças na cultura de segurança e levar seus níveis de qualidade até onde precisam estar”.
Buttigieg reconheceu separadamente que as companhias aéreas dos EUA, incluindo a Southwest Airlines (NYSE:LUV), estavam sendo impactados pelo menor número de aviões entregues este ano pela Boeing.
“Este é um problema real”, disse Buttigieg. Ele, porém, enfatizou que a FAA está pensando apenas na segurança e não em considerações econômicas ao tratar a questão do 737 MAX.