Nova York, 7 jul (EFE).- A fabricante de aviões dos Estados Unidos Boeing (NYSE:BA) perdeu uma encomenda de 50 aeronaves 737 MAX para a companhia aérea árabe de baixo custo Flyadeal, uma operação que foi anunciada em dezembro do ano passado e que estava avaliada em US$ 5,9 bilhões, informaram neste domingo as empresas.
Em uma declaração remetida à Agência Efe, a Boeing assinalou que "segue focada em colocar novamente em serviço e com segurança os 737 MAX e retomar as entregas", que estão paralisados em quase todo o mundo à espera de que as autoridades certifiquem uma melhoria em seu sistema de controle, depois que este modelo de aeronave se envolveu em dois acidentes.
"A Boeing tem orgulho de sua associação com a indústria da aviação da Arábia Saudita durante sete décadas e desejamos à equipe da Flyadeal o melhor na ampliação de suas operações", acrescentou a companhia americana.
Hoje, a Flyadeal anunciou a compra de 30 aviões A320 NEON da fabricante rival da Boeing, a europeia Airbus, com opção de adquirir outras 20 aeronaves, que seriam todas entregues em 2021, por isso a companhia aérea operará uma frota integrada somente por este modelo, com o qual já contava antes, de acordo com um comunicado.
Além disso, a subsidiária da companhia aérea estatal saudita afirmou que o acordo de compra foi assinado recentemente no Salão Aeronáutico de Le Bourget, no norte de Paris, onde ficou patente como a fabricante europeia está ganhando a queda de braço comercial com a Boeing, que perdeu força pela grave crise envolvendo os modelos 737 MAX.
O fracasso do acordo de compra entre Boeing e Flyadeal representa o primeiro revés de um cliente da companhia americana, que está sofrendo as consequências dos acidentes no Mar de Java (Indonésia) em outubro de 2018 e na Etiópia em março deste ano, que causaram 346 mortes no total.
A investigação ainda não foi concluída, mas a Boeing reconheceu que os dois acidentes foram causados por uma falha técnica no software de controle de voo, chamado MCAS, para o qual produziu um pacote de melhorias que devem ser aprovadas pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos EUA.
Em maio, a Boeing disse ter concluído essa atualização do software e os testes correspondentes, mas, no fim de junho, a FAA encontrou outro "risco potencial" no programa, e a companhia trabalha agora para resolvê-lo para que os aviões possam voltar a voar.
A Boeing tem paralisadas as entregas de encomendas dos 737 MAX para seus clientes, mas continua produzindo o modelo a um ritmo mais lento, de 42 unidades por mês, com a ideia de acelerá-lo para 57 mensais uma vez que a frota volte operar em todo o mundo.