(Reuters) - Analistas do BofA (NYSE:BAC) disseram nesta sexta-feira que observaram uma tendência de queda na taxa de sinistralidade para operadoras de planos de saúde e que veem essa melhoria continuar em 2024.
"Esperamos maiores ajustes de preços para os planos de saúde, o que deve manter a tendência de melhoria operacional (da taxa de sinistralidade) no setor", afirmou o BofA em relatório a clientes.
"Para Hapvida (BVMF:HAPV3) e SulAmérica (BVMF:SULA11), esperamos que os ajustes de preços em 2024 permitam que a taxa de sinistralidade retorne aos níveis históricos/estruturais em 2025 de 68% e 80%, respectivamente."
Segundo os analistas do BofA Fred Mendes, Gustavo Tiseo, Mirela Oliveira e Lucca R. Brendim, embora o indicador de sinistralidade permaneça acima do nível histórico em cerca de 200 pontos-base, a 85%, houve uma melhoria de 200 pontos-base em relação a 2022.
O relatório vem após a Agência Nacional da Saúde (ANS) reportar números do setor, que mostraram que as operadoras de planos de saúde tiveram no ano passado o melhor desempenho do período pós-pandemia. Conforme a ANS, o lucro líquido das operadoras foi de 3 bilhões de reais no ano passado, contra 606 milhões de reais em 2022.
"Em relação à concorrência, dado que operadoras como Amil têm grandes prejuízos (4 bilhões de reais em 2023), que possivelmente passarão por ajustes de preços ainda mais altos em relação aos níveis do setor, esperamos algum alívio na concorrência que possa beneficiar empresas como Hapvida e SulAmérica/Rede D'Or", acrescentaram.
O BofA tem recomendação de "compra" e preço-alvo de 6 reais para as ações da operadora de planos de saúde Hapvida, e recomendação "neutra" e preço-alvo de 29 reais para a rede de hospitais Rede D'Or (BVMF:RDOR3), dona da seguradora SulAmérica.
Nesta sexta-feira, os papéis de Hapvida e Rede D'Or subiam cerca de 3% e 5%, respectivamente, na bolsa brasileira, com esta última entre as maiores altas percentuais do Ibovespa.
Além disso, o Citi elevou nesta sexta-feira recomendação para os papéis de Rede D'or de "neutra" para "compra", citando expectativas de maiores lucros à frente.
"Embora as preocupações com o crescimento orgânico pareçam ser compartilhadas entre os investidores até agora, notamos que as margens hospitalares continuam surpreendendo positivamente, o que, combinado com as provisões técnicas excepcionalmente altas da SulAmérica, deve ajudar a impulsionar o crescimento dos lucros no futuro", afirmaram analistas do Citi em relatório.
Apesar de elevar as estimativas de lucros da rede de hospitais para 2024 e 2025 em 4% e 7%, respectivamente, o banco reduziu o preço-alvo para ação a 28 reais, de 30 reais antes.
Os papéis da rede de farmácias Raia Drogasil (BVMF:RADL3) também avançavam no pregão.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)