Ações da Smiles (SA:SMLE3) se destacam na ponta positiva do Ibovespa; Deutsche Bank elevou recomendação à empresa para compra, segundo a Bloomberg News (Smiles/Divulgação)
SÃO PAULO - Alternando entre o campo positivo e negativo, o Ibovespa tem instabilidade nesta quarta-feira (20) depois de dez valorizações seguidas.
Investidores realizam lucros e as ações de blue chips como Petrobras (SA:PETR4) e Vale (SA:VALE5) têm volatilidade. As cotações do minério de ferro caíram, enquanto os preços do petróleo sobem diante da queda maior que a esperada nos estoques norte-americanos da commodity.
Na ponta positiva, as ações do setor financeiro avançam diante da primeira reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central sob a presidência de Ilan Goldfajn. A aposta majoritária é de manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano. Fica sempre aquela expectativa pelo tom do comunicado a ser divulgado com a decisão do Copom, especialmente na estreia de um comando que pode aprimorar a comunicação oficial com o mercado.
O presidente em exercício Michel Temer “vê com bons olhos” uma eventual queda da taxa básica de juros, de acordo com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Segundo ele, todos os indicadores mostram que, “forçosamente”, os juros cairão. Padilha ressaltou, porém, que a palavra final é do Banco Central.
Ainda no cenário político brasileiro, após reunião na véspera entre Temer e o núcleo econômico, os jornais apontam que ficou definido o estudo de medidas econômicas com efeito de curto prazo a serem apresentadas em duas semanas, enquanto Henrique Meirelles teria descartado o anúncio de corte de despesas nos próximos dias.
Por volta de 13h40, o Ibovespa exibia leve queda de 0,22%, aos 56.569 pontos. Na véspera, o Índice Bovespa completou dez elevações seguidas, na maior série ganhos desde 2010, e atingiu o nível mais alto desde maio de 2015.
Entre os mais líquidos, os papéis da Petrobras caem 0,33%, enquanto Itaú (SA:ITUB4) e Banco do Brasil (SA:BBAS3) apresentavam elevação de 1,09% e 1,57%, respectivamente.
No câmbio, o dólar à vista recuava 0,21%, cotado a R$ 3,2448. O Banco Central voltou a atuar no mercado e colocou mais 10 mil contratos de swap cambial reverso, operação equivalente a uma compra futura de dólares.
Cenário corporativo
Sensíveis ao comportamento do dólar devido às receitas com exportações, as ações da Fibria (SA:FIBR3) e da Suzano (SA:SUZB5) ampliam as perdas recentes e recuam 2,72% e 1,63%, respectivamente. Os papéis das duas fabricantes de papel e celulose foram reduzidos para "market perform" (neutro) pelo Itaú BBA, segundo a Bloomberg News.
Também na ponta negativa, as ações da Braskem (SA:BRKM5) sofriam baixa de 0,52%. A Odebrecht, controladora da Braskem, teria dado ações da petroquímica como garantia ao Banco do Brasil, BNDES, Bradesco (SA:BBDC4), Itaú e Santander (SA:SANB11) em um negócio para lastrear uma capitalização total de R$ 6 bilhões que o grupo está fazendo na Odebrecht Agroindustrial.
Na contramão e fora do Ibovespa, os papéis preferenciais da Oi (SA:OIBR4) disparavam 15,71%. Segundo apuração do Estadão, os investidores João Cox, ex-presidente da Claro, Mario Cesar de Araújo, ex-presidente da TIM, o banco de investimentos ACGM e Renato Carvalho, fundador da Íntegra, formaram um consórcio para tentar comprar uma fatia da operadora de telefonia em recuperação judicial.