Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro e a Petrobras (SA:PETR4) têm 72 horas para explicar os motivos que levaram à troca do comando da estatal de Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Luna e Silva, decidiu nesta segunda-feira a Justiça Federal de Minas Gerais ao analisar uma ação popular.
Na ação, dois advogados pedem que a Justiça dê uma liminar para barrar a troca na direção da Petrobras. O juiz federal André Prado de Vasconcelos decidiu que, antes de julgar o pedido, quer ouvir as partes envolvidas.
"Por oportuno, destaco que, conforme amplamente divulgado pelos veículos de comunicação, a aprovação do indicado para a presidência da Petrobras depende de deliberação do respectivo Conselho de Administração, ainda não ocorrida", disse.
"Assim, intimem-se os réus tão-somente para manifestação, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, sobre o pedido de liminar, articulando, de forma concisa e objetiva, as razões e argumentos que entender pertinentes e relevantes à discussão da causa", afirmou o magistrado.
Procurada, a Advocacia-Geral da União, que representa o presidente judicialmente, disse que não comenta processos em tramitação na Justiça. A Petrobras não respondeu de imediato pedido de comentário.
Bolsonaro anunciou a troca no comando da Petrobras na sexta-feira à noite, decisão essa que desde então tem causado forte repercussão no mercado em geral e mais especificamente nas ações da empresa.
No pregão da bolsa em São Paulo nesta segunda, os papéis preferenciais da estatal desabaram 21,5%, enquanto as ações ordinárias despencaram 20,5%. O Ibovespa caiu 4,9%.
(Reportagem adicional de Nayara Figueiredo)