Por Allison Lampert e Victoria Bryan
MONTREAL/BERLIM (Reuters) - A fabricante canadense de aviões Bombardier, principal concorrente da brasileira Embraer (SA:EMBR3), entregou cinco jatos CSeries no primeiro trimestre e está fazendo progressos para resolver problemas de atrasos na produção desses aviões, disseram a Reuters fontes com conhecimento do assunto.
Os dados de entrega e os comentários de executivos sobre o progresso acontecem no momento em que se aproxima a aprovação regulatória da planejada venda do programa CSeries para a europeia Airbus.
Mas a companhia de Montreal ainda pode enfrentar dificuldades nos próximos meses depois de entregar 17 CSeries em 2017, abaixo da meta inicial de 30 - um atraso que a fabricante de aviões e trens atribuiu anteriormente a problemas no fornecedor de motores Pratt & Whitney.
A Bombardier não comentou publicamente ainda os atrasos de produção, em um momento em que os trabalhadores da empresa aprendem a montar o jato de 110 a 130 lugares de maneira mais eficiente.
Os desafios incluem "questões de qualidade" da fabricante francesa de interiores e assentos Zodiac Aerospace, disseram três fontes familiarizadas com o assunto, ecoando problemas semelhantes que afetam outros fabricantes de aviões.
Não está claro quando a Bombardier registrou esses atrasos, mas entregou quatro aviões em março, ante um nos dois primeiros meses do ano, disse uma das fontes. Outra fonte disse que não houve novos atrasos da Zodiac.
"É bem conhecido em todo o setor que a Zodiac está passando por alguns atrasos de produção", disse Rob Dewar, vice-presidente do programa CSeries da Bombardier, à Reuters. "Estamos colaborando estreitamente com a equipe deles, e estamos fazendo um grande progresso, conforme refletido em nossa taxa de produção de quatro aeronaves no mês passado", acrescentou.
A Zodiac, adquirida recentemente pela francesa Safran (PA:SAF), a terceira maior fornecedora aeroespacial do mundo, está emergindo de uma crise de produção de três anos que atraiu críticas dos fabricantes de aviões Airbus e Boeing.
"Estamos muito felizes com os CSeries que já estão voando com a Swiss ", disse Carsten Spohr, diretor-presidente da alemã Lufthansa, controladora da Swiss International Air Lines, primeira companhia aérea a utilizar os jatos CSeries.
"O que não nos deixa tão felizes são os contínuos atrasos nas entregas. A razão não são os motores, mas outras dificuldades na Bombardier", disse Spohr à Reuters. Ele se recusou a dar detalhes.
A Bombardier não alterou meta de entregar 40 CSeries em 2018. Espera-se que a empresa publique dados de entrega do primeiro trimestre em maio.