Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa interrompeu uma sequência de quatro altas e fechou em baixa nesta sexta-feira, acompanhando o viés negativo em Wall Street e pressionado pelo recuo das ações da Petrobras (SA:PETR4).
O Ibovespa caiu 0,50 por cento, a 58.697 pontos. Apesar da baixa na sessão, o índice acumulou alta de 2,83 por cento na semana, com ganhos nos quatro pregões anteriores.
O volume financeiro da sessão somou 5,59 bilhões de reais.
Os preços do petróleo despencaram quase 4 por cento no mercado futuro, em meio a sinais de que a Arábia Saudita e o Irã fizeram pouco progresso em direção ao acordo preliminar congelar a produção.
"Aumentou a desconfiança com relação a esse acordo... Isso puxou a Petrobras e arrastou a bolsa como um todo", disse o analista da corretora Guide Investimentos Rafael Ohmachi.
Em Wall Street, o S&P 500 caiu 0,57 por cento, com o setor de energia pressionado pelo queda nos preços do petróleo. Apesar da baixa na sessão, os três principais índices acionários norte-americanos acumularam ganhos na semana.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN perdeu 2,21 por cento e PETROBRAS ON recuou 3,67 por cento, pressionada pela queda nos preços do petróleo.
- KROTON (SA:KROT3) EDUCACIONAL caiu 4,87 por cento, em um dos piores desempenhos do índice. O jornal Valor Econômico noticiou que o Ministério da Educação já deve cerca de 5 bilhões de reais em repasses do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), referentes às parcelas de julho, agosto e setembro que ainda não foram pagas, porque os contratos ainda não foram renovados neste segundo semestre.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,25 por cento, reduzindo o ritmo de baixa no fim dos negócios, depois de ter recuado 1,24 por cento mais cedo na sessão.
- FIBRIA subiu 7,32 por cento, interrompendo sequência de sete quedas quando acumulou recuo de mais de 13 por cento, enquanto a SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA avançou 5,47 por cento, recuperando parte das perdas acumuladas nas últimas quatro sessões. Nesta sexta-feira, o Itaú (SA:ITUB4) BBA elevou a recomendação dos papéis das duas empresas para "outperform". Também repercutia notícia da RISI, serviço de informações especializado do setor de papel e celulose, de que alguns fornecedores de celulose estariam pressionando por aumentos de preços
- EMBRAER teve valorização de 2,09 por cento, também entre os destaques de alta no índice. Na véspera, a Organização Mundial do Comércio (OMC) disse que a União Europeia fracassou em controlar subsídios à Airbus, em notícia considerada por analistas favorável à Embraer (SA:EMBR3), uma vez que a empresa questiona subsídios semelhantes concedidos pelo Canadá à Bombardier.
- BRASIL PHARMA, que não está no Ibovespa, subiu 4,88 por cento em meio a expectativas de venda de unidades, em estratégia para reduzir dívida.