Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, alinhado à queda de bolsas no exterior por preocupações com a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China e com as ações da companhia aérea Gol (SA:GOLL4) recuando mais de 2 por cento, após divulgação de forte prejuízo no trimestre e revisão de estimativas.
Às 11:44, o principal índice de ações da B3 caía 0,19 por cento, a 79.151,87 pontos. O volume financeiro somava 2,65 bilhões de reais.
"Novas ameaças de Trump em aumentar as tarifas de importação para produtos da China pesam no humor dos investidores nesta manhã de quinta-feira, com praticamente todas as bolsas de valores pressionadas", citou a equipe da corretora Mirae em nota a clientes sobre decisão do presidente dos EUA na véspera.
O governo de Donald Trump informou na quarta-feira que vai propor uma tarifa de 25 por cento, ante 10 por cento anteriormente, sobre 200 bilhões de dólares em bens chineses. Se a ação for confirmada, a China disse que vai revidar, afirmando que a "extorsão" não irá funcionar.
Em Wall Street, o S&P 500 reduzia as perdas para 0,05 por cento, o que também afastava o Ibovespa da mínima registrada mais cedo, quando caiu 0,92 por cento.
DESTAQUES
- GOL ON recuava 2,04 por cento após divulgar prejuízo líquido depois da participação minoritária de 1,326 bilhão de reais no segundo trimestre, um aumento de 177,6 por cento em relação à perda de um ano antes, afetado pelo câmbio, embora o Ebit tenha crescido 92,7 por cento, para 42,8 milhões de reais no período. A companhia aérea também revisou estimativas.
- VALE (SA:VALE3) tinha queda de 1,92 por cento, principal peso negativo no Ibovespa dada a sua relevante participação na carteira do índice, tendo de pano de fundo preocupações com os planos norte-americanos de impor uma tarifa de 25 por cento em importações chinesas avaliadas em 200 bilhões de dólares, em meio a uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, o que derrubou os preços futuros do minério.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia 1,35 por cento, conforme os preços do petróleo no exterior (CLc1) ensaiavam melhora, tendo no radar divulgação do balanço do segundo trimestre da petrolífera de controle estatal, prevista para a sexta-feira, antes da abertura da bolsa.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) e ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) caíam 0,65 e 0,53 por cento, respectivamente, contaminados pelo cenário negativo de modo geral.
- ULTRAPAR ON subia 9,2 por cento, após tocar mínima em mais de cinco anos na véspera, em sessão marcada pela divulgação do resultado trimestral e anúncio de distribuição de juros sobre capital próprio pelo grupo, dono dos postos de gasolina Ipiranga, da distribuidora de gás Ultragaz, da rede de drogarias Extrafarma e da empresa de químicos Oxiteno.
- COSAN ON avançava 3,44 por cento, no segundo dia de alta, após recuar quase 6 por cento na terça-feira, afetada por operação da Polícia Civil do Paraná relacionada a suspeita de controle criminoso dos preços nas bombas. Em comunicado nesta quinta-feira, a Cosan (SA:CSAN3) negou que a Raízen, uma joint venture com a Shell para os setores de cana e combustíveis, alvo da operação, tenha formado cartel para a formação de preços em postos do Paraná e do Distrito Federal.
(Por Paula Arend Laier)