Por Carolina Mandl
SÃO PAULO (Reuters) - O Bradesco (SA:BBDC4) anunciou nesta segunda-feira sua primeira aquisição internacional ao comprar por cerca de 500 milhões de dólares o norte-americano BAC Florida Bank, focado em indivíduos abastados, em uma estratégia para reduzir a distância que o separa de rivais brasileiros.
Com sede em Coral Gables, o BAC Florida é controlado pelo Grupo Pellas, fundado em 1877 na Nicarágua.
Depois da conclusão da compra, o Bradesco afirmou que seu principal objetivo é fornecer uma ampla variedade de serviços financeiros nos Estados Unidos para clientes do banco e conquistar novos clientes para o BAC Florida.
O presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou em teleconferência com jornalistas que os clientes de private banking do banco demandam cada vez mais diversificação e maior acesso a produtos globais.
"Isso sinaliza nossa expansão não apenas nos EUA, mas também na América Latina como um todo, uma vez que o BAC tem clientes em toda a região", afirmou o executivo. Cerca de 20 por cento dos clientes do BAC Florida são brasileiros e 9 por cento são norte-americanos.
Lazari afirmou, porém, que o Bradesco não está buscando criar uma base de banco de varejo fora do Brasil, mas quer impulsionar seus negócios com private banking, que administram quase 50 bilhões de dólares em ativos.
O BAC Florida vai elevar a base de 13 mil clientes de private banking do Bradesco no Brasil em 10 mil.
"Esta aquisição é pequena para o Bradesco (menos de 1 por cento do valor de mercado do banco) e tende a ajudar o banco a reduzir a distância que o separa de rivais em private banking", disse o Itaú BBA em relatório a clientes.
O Itaú Unibanco tem 120 bilhões de dólares em ativos sob gestão. O Itaú comprou os negócios latino-americanos de private banking do ABN Amro e o antigo BankBoston quase 12 anos atrás.
O BAC Florida encerrou 2018 com ativos totais de 2,2 bilhões de dólares e lucro líquido de 29 milhões. Um de seus principais segmentos de negócios é financiamento imobiliário.