SÃO PAULO (Reuters) - O Bradesco (BVMF:BBDC4) deve levar alguns trimestres para superar o cenário atual de piora nos índices de inadimplência, menor crescimento do crédito e resultados fracos na tesouraria, sinalizou nesta quarta-feira o presidente-executivo do banco.
"O lucro do Bradesco deve seguir pressionado por alguns trimestres", disse Octavio de Lazari Junior, em conferência com jornalistas sobre os resultados do terceiro trimestre surpreendentemente fracos.
O executivo afirmou que a carteira de crédito do banco deve fechar 2022 na parte inferior da projeção de crescimento de 10% a 14%, o que indica desaceleração nesta reta final do ano, já que a expansão até setembro foi de 13,6% em 12 meses.
Lazari disse também esperar que o índice de inadimplência siga pressionado por alguns trimestres, começando a melhorar na segunda metade de 2023.
O presidente do Bradesco comentou que, em geral, períodos de piora na inadimplência são compensados por melhores resultados na tesouraria.
Mas desta vez, com o breve período de deflação, títulos detidos pelo banco atrelados ao IPCA afetaram a margem com o mercado, que teve uma perda superior a 1 bilhão de reais no trimestre. Além disso, houve impacto também no resultado financeiro do braço de seguros do grupo.
"Tivemos uma tempestade perfeita", disse Lazari.
Refletindo a frustração do resultado trimestral divulgado na noite da véspera, muito abaixo da expectativa média do mercado, a ação preferencial do Bradesco desabava 9,3% na B3 (BVMF:B3SA3) às 10h33, enquanto o Ibovespa cedia 0,5%.
(Por Aluísio Alves)