Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O balanço do primeiro trimestre do Bradesco (SA:BBDC4) foi misto, na percepção do UBS, que destaca os desempenhos positivos do NII e do Opex, mas também observa de forma negativa a qualidade dos ativos. Ainda assim, para o UBS, o valuation do Bradesco deve compensar as partes menos animadoras dos seus resultados.
Às 13h25, as ações do Bradesco subiam 2,43%, a R$ 18,16.
O lucro recorrente do Bradesco chegou a R$ 6,8 bilhões no 1T22, uma alta de 3% na comparação com o 4T21. Isso resultou em um ROAE de 18%, um pouco acima dos 18% do trimestre anterior.
Na mesma base de comparação, o NII com clientes subiu 7% em spreads mais elevados e 1,5% em empréstimos. Já o NII com mercado teve uma queda acentuada de 43%, que o UBS explica como parte dos efeitos negativos do aumento da taxa de juros sobre o ALM.
O Bradesco também apresentou um aumento de 40 bps na inadimplência, para 3,2%, com o segmento de pessoas físicas chegando a 4,4%, em patamar semelhante ao da pré-pandemia, destaca o UBS. Assim, o custo de risco subiu de 2,9% para 3,1% e o índice de cobertura caiu para 235%.
Além disso, as taxas totais cresceram 7% na comparação com 1T21, reforçadas pela alta anual de 19% nas receitas de cartões. Já o Opex também avançou 7% ao longo do ano, ainda afetado por despesas de pessoal elevadas.
Sobre o novo guidance, o UBS destaca que a principal mudança foi o aumento na margem de clientes para entre 18% e 22%, quando antes era entre 8% e 12%, e também as novas provisões para perdas com empréstimos, passando para algo entre R$ 17-21 bilhões, contra R$ 15-19 bilhões anteriormente.
Também deve ser levado em conta que no novo guidance é esperado um aumento de taxas de entre 4% e 8%, anteriormente entre 2% e 6%, e também um aumento de opex de 1% a 5%, ante o intervalo passado entre 3% e 7%.
O UBS afirma que o Bradesco está sendo negociado a 1,2x 22E PBV e 6,5x 22E PE e por isso, mantém a sua recomendação de compra das ações, com preço-alvo em R$ 25.