Investing.com - O Ibovespa opera em baixa nesta segunda-feira, se afastando dos 59 mil pontos atingidos no último pregão, que foi o fechamento máximo em quase dois anos. Às 13h30, o índice recuava 1,6% para 58.120 pontos, após marcar a mínima de 50.041 pontos.
O clima é de realização dos bons desempenhos das ações nos últimos dias em meio a um cenário de cautela novamente de olho na estratégia de juros dos EUA. Apesar da leitura do mercado na última semana de que a ata do FOMC adotou um tom dovish, o mercado passou a precificar uma maior possibilidade de alta de juros com a fala de seus diretores nos últimos dias.
Segundo o Fed Watch Tool do Investing.com, as apostas para uma elevação de taxas já na próxima reunião, em setembro, subiram de 9% para 15% nos últimos sete dias. Já em novembro, 21% dos investidores acreditam em juros 0,25 p.p. acima do patamar atual, contra apenas 9% das apostas na semana passada.
O mercado aguarda o pronunciamento da presidente do Fed, Janet Yellen, para tentar compreender melhor a estratégia do banco de elevação de juros. No final de semana, o vice-presidente Stanley Fischer traçou um cenário positivo para a economia norte-americana e informou que as metas de inflação e emprego estão próximas de serem atingidas.
Após um fechamento no vermelho nos principais mercados europeus, os EUA operam próximos à estabilidade com Dow 30 a +0,02, Nasdaq subindo 0,06% e o S&P 500 recuando 0,01%.
No cenário interno, os investidores seguem cautelosos com a capacidade do governo em entregar os ajustes na economia já anunciados e que deverão passar pelo Congresso, como meta fiscal e reformas da previdência e trabalhista.
Na sexta-feira, o presidente interino Michel Temer convocou uma reunião extraordinária com sua equipe econômica e líderes do Congresso para alinharem o discurso para tentar obter mais vitórias no Legislativo. Na última semana, o governo quase foi derrotado na votação pela prorrogação da DRU, o que acendeu o alerta no Planalto.
A Petrobras (SA:PETR4) opera com perdas de 2,5% neste cenário de realização e cautela após fortes valorizações nas últimas semanas, que empurraram as ações preferenciais para perto dos R$ 13. O papel acompanha a queda do petróleo, que perde quase 3% no mercado internacional.
A Vale (SA:VALE5) também recua 2,5% apesar de alta no minério de ferro, que superou os US$ 61/t na China. A Bradespar (SA:BRAP4) perde 2,5%. Na semana passada, a mineradora registrou derrotas na Justiça no processo contra a joint-venture com a BHP Billiton, Samarco, no caso do rompimento da barragem de Fundão, em Minas Gerais.
A Gerdau (SA:GGBR4) que brilhou nos últimos pregões devolve parte dos ganhos em meio ao clima negativo. A ação perde 2,4%, enquanto a Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) recua 1,7%. A maior perda do dia vem da CSN (SA:CSNA3) que cede 5,4% em meio a noticiário que aponta para dificuldades financeiras para pagamento de fornecedores. Usiminas (SA:USIM5) cai 2,3%.
Dólar
A moeda opera com ganhos frente ao real e é negociada a R$ 3,22.