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(Reuters) - Analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) cortaram a recomendação das ações da Porto Seguro (BVMF:PSSA3) para neutra, avaliando que a melhora nos números da seguradora nos últimos anos está no preço dos papéis, que valorizaram-se cerca de 80% desde que a equipe do banco de investimentos recomendou a compra dos papéis, em junho de 2023.
"Apesar de acreditarmos que a Porto continuará a apresentar resultados sólidos no futuro, sentimos que há espaço limitado para novas revisões positivas de lucros, pelo menos no curto prazo", escreveram Eduardo Rosman e equipe em relatório enviado a clientes, com manutenção do preço-alvo em R$45.
Eles também afirmaram que, embora uma taxa Selic maior seja benéfica para a Porto nos próximos anos, avaliam que o ambiente macroeconômico mais desafiador, combinado a crescentes pressões competitivas, poderá tornar o ciclo de seguros de automóvel menos favorável no curto prazo.
"As perspectivas para o segmento auto em 2025 permanecem saudáveis, mas bases de comparações anuais difíceis e o fato de que a taxa de sinistralidade ainda apresenta um bom desempenho criam naturalmente alguns desafios de curto prazo."
Além disso, os analistas pontuaram que a Porto já perdeu alguma participação de mercado neste nicho e é pouco provável que aceite perder muito mais, levando potencialmente a uma "guerra de preços", o que exige uma postura mais cautelosa.
A equipe do BTG também destacou que o segmento de saúde, que continuou a crescer de forma rápida e lucrativa nos últimos trimestres, também tem sido um impulsionador importante do desempenho das ações, particularmente nos últimos meses, em meio a notícias/rumores sobre desinvestimento da Porto Seguro da vertical.
"Com esse boato ganhando força -- e já sendo considerado pelos investidores --, sentimos que há menos catalisadores na vertical de saúde para impulsionar as ações no curto prazo", acrescentaram Rosman e equipe no relatório com data de terça-feira.
Na bolsa paulista, por volta de 16h50, as ações da Porto eram negociadas em queda de 3,84%, a R$39,86, enquanto o Ibovespa caía 1,63%.
(Por Paula Arend Laier)