SÃO PAULO (Reuters) - O BTG Pactual (BVMF:BPAC11) está otimista sobre o crescimento de sua carteira de crédito voltada a pequenas e médias empresas, depois de um primeiro semestre marcado por "confusões" no segmento, que incluíram o pedido de recuperação judicial da Americanas (BVMF:AMER3), que conta com muitos fornecedores de pequeno e médio portes.
A carteira do banco no segmento cresceu cerca de 18% no terceiro trimestre sobre os três meses anteriores, para 17,7 bilhões de reais, no que o vice-presidente financeiro, Renato Cohn, afirmou se tratar de um "bom sinal" para os próximos períodos.
"Depois da confusão da Americanas, a carteira tinha caído bastante... seguramos ela no primeiro trimestre e ao longo do segundo e agora voltamos a crescer, esperamos continuar nesse mesmo processo de crescimento", disse o executivo em entrevista a jornalistas.
Mais cedo, o BTG Pactual publicou lucro líquido de 2,7 bilhões de reais para o terceiro trimestre, alta de 19% ano a ano, com o crescimento de receitas superando as previsões de analistas, enquanto a rentabilidade atingiu uma máxima desde 2015.
As units do maior banco de investimento da América Latina exibiam alta de 2,4% às 15h58, enquanto o Ibovespa recuava 0,25%.
Cohn, porém, evitou cravar se o BTG vai repetir no quarto trimestre o ritmo de crescimento no segmento verificado entre julho e o final de setembro. "O objetivo é que (a carteira) volte pelo menos para o mesmo patamar do final do ano passado. Estamos ampliando nossa atuação neste segmento."
No segmento de operações de emissão de dívida, o executivo também afirmou que o BTG está otimista para os próximos trimestres, citando o cenário de queda de juros e investidores "absorvendo grandes quantidades de títulos de renda fixa".
JANELA FECHADA
Já em fusões e aquisições, o resultado ficou abaixo do esperado pelo banco, disse Cohn, mas a expectativa é de melhoria de receita nos próximos trimestres conforme o banco vai conseguindo executar as operações que estão no "pipeline". Mas em IPOs, a janela já se fechou e não há mais tempo para alguma operação neste ano, disse o executivo.
"Mas em um ambiente de queda de juros e melhora em geral do mercado de ações, pode ser que....a gente volte a ter novos IPOs e aí teremos um crescimento maior das receitas do banco de investimentos", afirmou sem fazer projeções.
E dentro do cenário de queda da Selic, Cohn afirmou que o BTG ainda vê oportunidade para melhorar o índice de rentabilidade, ROE ajustado, que no terceiro trimestre foi de 23,2%.
"O crescimento das receitas, principalmente das franquias de cliente, vai mais do que compensar a queda na taxa de juros", disse o executivo. "Dentro desse ritmo de corte (da Selic) em 0,5 ponto percentual a cada reunião a gente acha que dá para melhorar (o ROE)", acrescentou.
(Por Alberto Alerigi Jr.)