Por Karl Plume
CHICAGO (Reuters) - A Bunge (NYSE:BG), empresa global de comercialização e processamento de produtos agrícolas, superou as expectativas de Wall Street para o lucro do terceiro trimestre, em resultado divulgado nesta quinta-feira, devido aos sólidos números de esmagamento de sementes oleaginosas e à boa demanda global.
Apesar de ganhos menores em relação ao ano anterior, a Bunge elevou sua perspectiva para 2023 pelo segundo trimestre consecutivo, com base em margens favoráveis e resultados sólidos no acumulado do ano, prevendo lucros ajustados de 12,50 dólares por ação, acima da meta anterior de 11,75 dólares por ação.
A revisão das estimativas ocorre em um momento em que a Bunge está trabalhando para fechar um acordo de fusão com a Viterra até meados de 2024, o que criaria uma potência global do agronegócio, mas que provocou o escrutínio dos órgãos reguladores.
As fortes exportações de safras brasileiras após as colheitas recordes de milho e soja e o aumento da demanda por óleos vegetais para a produção de combustíveis renováveis ajudaram a elevar a receita da Bunge e de seus pares do agronegócio, como a Archer-Daniels-Midland e a Cargill.
Mas os custos crescentes, os mercados voláteis e as interrupções no fornecimento em lugares como a Argentina, atingida pela seca, e a Ucrânia, devastada pela guerra, prejudicaram os lucros em alguns momentos.
O segmento de agronegócios da Bunge, o maior em termos de volume e receita, registrou uma queda de 11% no lucro ajustado. Os ganhos com o bom processamento de sementes oleaginosas no Brasil, na Ásia e na América do Norte e a maior comercialização de milho foram mais do que compensados pela menor comercialização de trigo e pelos resultados ruins do processamento de soja na Argentina.
Os ganhos do segmento de Óleos Refinados e Especiais, o segundo maior da empresa, aumentaram 18%, chegando a 230 milhões de dólares no trimestre.
Os resultados mais altos no segmento de óleos refinados e especiais foram impulsionados principalmente pela América do Norte, com a Ásia também contribuindo para o melhor desempenho.
A empresa informou um lucro ajustado de 2,99 dólares por ação para os três meses encerrados em 30 de setembro, acima da estimativa média dos analistas de US$ 2,50 por ação, de acordo com dados da LSEG, mas abaixo do lucro ajustado de 3,45 dólares por ação no mesmo trimestre do ano passado.
(Reportagem adicional de Tanay Dhumal em Bengaluru)