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A BYD (SZ:002594) solicitou o cancelamento do visto das pessoas envolvidas em exploração de trabalho na construção da nova planta da montadora em Camaçari, na Bahia. A informação foi dada pelo vice-presidente sênior da empresa no Brasil, Alexandre Baldy, em evento no local nesta 2ª feira (2.dez.2024). Ele disse ter enviado o pedido ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, também presente no evento.
No entanto, o Poder360 não foi autorizado a visitar as instalações dos trabalhadores, bem como qualquer outro local não predefinido pela organização.
Uma reportagem da Agência Pública aponta que trabalhadores chineses de empresas terceirizadas estariam sendo submetidos a jornadas de até 12 horas diárias, sem folga semanal e sem acesso à água potável. Há relatos de agressões físicas por parte de superiores, incluindo chutes.
Foram contratados cerca de 470 operários chineses de 3 empresas de seu país: Jinjiang Group (terraplanagem), Open Steel (montagem da estrutura metálica externa) e AE Corp (montagem da estrutura metálica interna).
Em nota, a BYD informa que a JinJiang Construction Group é a construtora responsável pelas obras. Por ser “um tipo de edificação muito específica”, ela atua em demais países onde a montadora expande operações.
O MPT (Ministério Público do Trabalho) informou ter instaurado um inquérito para investigar as condições de trabalho nas obras de construção da fábrica.
OPERAÇÃO DA BYD NO BRASIL
A BYD deverá iniciar a montagem de seus veículos no Brasil em março de 2025, no método SKD. Essa técnica consistirá na finalização com peças que chegam já prontas do exterior do BYD Song Pro, SUV híbrido plug-in que combina gasolina e etanol.
A fabricação completa será realizada em uma 2ª etapa, prevista para agosto do mesmo ano. O BYD Dolphin Mini, carro 100% elétrico mais vendido do país, será o 2º modelo.
A linha de produção será no local da antiga fábrica da Ford (NYSE:F) em Camaçari. Contudo, poucas instalações da antiga planta da montadora norte-americana, construída nos anos 1990 e abandonada em 2021, serão aproveitadas.
“Algumas [instalações] serão demolidas e outras serão usadas como depósitos. É uma linha de produção antiga com uma tecnologia muito diferente da nossa. É mais viável fazer do zero do que adequar os prédios”, disse Henri Karam, gerente de Relações Públicas da BYD.
As obras da nova fábrica começaram oficialmente há menos de 9 meses.
São previstas a capacidade para produzir até 150 mil veículos por ano na 1ª fase de operação e 300 mil unidades na 2ª fase.
A CEO da BYD, Stella Li, declarou que a montadora chinesa visa transformar o local no “Vale do Silício brasileiro”.
“A empresa quer ser a maior e mais inovadora montadora das Américas”, afirmou.
Em novembro deste ano, a BYD alcançou seu melhor desempenho de vendas desde sua chegada ao mercado brasileiro, com 12.308 veículos emplacados. Em 2024, a empresa já superou a marca de 66.000 carros vendidos no Brasil.
Atualmente, a empresa possui em solo nacional fábricas de montagem de chassis de ônibus 100% elétricos e de produção de painéis solares, ambas em Campinas (SP). Tem também no Polo Industrial de Manaus (AM), uma unidade dedicada à produção de baterias de fosfato de ferro-lítio.