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Disposta a acelerar seu crescimento no segundo maior mercado consumidor de café do mundo, a Camil Alimentos (SA:CAML3) anunciou na madrugada de hoje a aquisição de duas importantes indústrias nacionais. A empresa adquiriu as mineiras Café Bom Dia e Agro Coffee por R$ 62 milhões e R$ 1 milhão, respectivamente, ambas em recuperação judicial. Com o investimento, a Camil passará a deter 97,71% do capital da Café Bom Dia e 90,33% da Agro Coffee.
As aquisições têm um papel estratégico para a Camil. Em setembro, a compra da marca Seleto representou a entrada da Camil no mercado de cafés. Contudo, o negócio feito junto ao grupo Jacobs Douwe Egberts (JDE) Brasil, antiga Sara Lee, incluiu apenas a marca e nenhuma indústria. A compra do Café Bom Dia, que inclui uma planta industrial em Varginha, permitirá que a Camil produza seu próprio café e o embale sob qualquer uma das suas marcas: Seleto, Bom Dia, Sul de Minas e até mesmo União, tradicionalmente conhecida por sua presença no mercado de açúcar.
No caso da Agro Coffee, importante trading do mercado de café, a aquisição significa a entrada no comércio do grão, ou, do chamado café verde. Além de adquirir matéria-prima para sua própria indústria, a Camil poderá atuar também na exportação do produto.
O mercado brasileiro de café movimenta por ano cerca de R$ 10,3 bilhões e é o segundo maior consumidor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O consumo per capita nacional foi de 4,8 quilos por habitante no ano passado, mas a expectativa é que seja registrada alguma retração neste ano, diante da alta dos preços internacionais.
O Brasil lidera a produção e exportação de café no mundo. Com o ingresso de US$ 570,6 mil em novembro, a receita cambial com as exportações brasileiras de café avançou para US$ 5,4 bilhões no acumulado de 2021, apresentando evolução de 5,9% na comparação com os ingressos obtidos em igual período de 2020. No mesmo intervalo, o volume embarcado recuou 10%, fechando os 11 primeiros meses deste ano em 36,3 milhões de sacas.
O desempenho positivo da receita reflete um cenário de câmbio forte e os elevados preços internacionais do produto. “Temos vivenciado momentos de volatilidades muito altas no mercado, com as cotações se aproximando de níveis históricos em reais. O preço médio das exportações em 2021, de US$ 148,81 por saca, é o maior desde 2017. Aliado a isso, o dólar permanece fortalecido frente ao real, o que favorece o crescimento da entrada de recursos ao Brasil com as remessas cafeeiras”, explica Nicolas Rueda, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).