Por Alexandra Alper e Michael Martina
WASHINGTON (Reuters) - A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira que a soltura quase simultânea de uma importante executiva da empresa chinesa Huawei e de dois canadenses detidos pouco após a prisão dela não foi uma troca de prisioneiros, mas disse que os dois casos foram mencionados em um telefonema entre os presidentes da China e dos Estados Unidos há algumas semanas.
Na sexta-feira, a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, voltou do Canadá para a China após firmar um acordo com promotores norte-americanos para encerrar um caso de fraude bancária, que era um ponto de tensão entre China e Estados Unidos.
Algumas horas depois da notícia do acordo, os dois canadenses que tinham sido presos pouco tempo depois da detenção da executiva foram soltos na China e estavam voltando para o Canadá. A China negou que as prisões tinham alguma ligação.
Quando perguntada se a Casa Branca estaria envolvida na negociação de uma "troca de prisioneiros", a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, rejeitou a premissa.
Um acordo fechado entre a procuradoria e Meng foi "uma ação do Departamento de Justiça, que é um Departamento de Justiça independente. Isso é uma questão de aplicação da lei", disse Psaki, acrescentando: "Não há ligação".
Mas Psaki também confirmou que numa ligação no dia 9 de setembro o líder chinês, Xi Jinping, havia mencionado o caso e que o presidente norte-americano, Joe Biden, havia feito pressão pela libertação de dois canadenses, o empresário Michael Spavor e o ex-diplomata Michael Kovrig, que estavam detidos na China há mais de 1 mil dias.
(Reportagem de Alexandra Alper, Steve Holland, Michael Martina, Jeff Mason, David Brunnstrom e Simon Lewis)