Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa mostrava fraqueza nesta segunda-feira, com agentes financeiros atentos ao noticiário sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, enquanto Bradesco avançava após proposta bilionária de dividendo extraordinário.
Às 11:20, o Ibovespa (BVSP) caía 0,25%, a 102.298,69 pontos. Na mínima, chegou a 101.861,43 pontos. O volume financeiro somava 2,66 bilhões de reais.
Investidores adotavam alguma cautela antes de rodada de negociações comerciais entre autoridades norte-americanas e chinesas de alto escalão, marcada para começar na quinta-feira, principalmente após notícia de que a China estaria relutante a um acordo mais amplo. [nFWN26P0DQ]
"Se as mais recentes sinalizações eram de um 'azeitamento' nas relações sino americanas, pode se dizer que uma diluição nesse sentimento está ocorrendo", destacou a equipe da corretora H.Commcor em relatório a clientes, citando contudo que é preciso esperar para ver sobre a retomada das conversas no dia 10.
Em Nova York, o S&P 500 (SPX) cedia 0,4% e o Dow Jones (DJI) caía 0,35%, reduzindo as perdas.
DESTAQUES
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) e BRADESCO ON (SA:BBDC3) subiam 1,5 1,6, respectivamente, atenuando a pressão negativa sobre o Ibovespa, após o segundo maior banco privado do país anunciar proposta de pagamento dividendo extraordinário de 8 bilhões de reais, que será avaliada pelo conselho em reunião do próximo dia 17. "Muito positivo", afirmou o analista Marcelo Telles, do Credit Suisse, em nota a clientes. [nE6N25X052]
- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) tinha variação positiva de 0,3%, enquanto BANCO BTG PACTUAL UNIT (SA:BPAC11) perdia 1%, BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) recuava 1,3% e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) cedia 0,25%.
- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) e ELETROBRAS ON (SA:ELET3) caíam 3% e 2,86%, entre as maiores quedas. No fim de semana, a Folha de S.Paulo noticiou que o governo enterrou de vez os planos de injetar 3,5 bilhões de reais para tornar a companhia mais atraente para investiores privados e decidiu adotar uma estratégia corpo a corpo com parlamentares em uma ofensiva para angariar apoio ao projeto de lei que abrirá caminho para a privatiação da estatal.
- VALE ON (SA:VALE3) desalorizava-se 0,15%, em sessão sem viés definido.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) caía 2,7%, com o papel ainda suscetível ao imbróglio envolvendo ao plano de recuperação judicial do grupo Odebrecht, controlador da companhia.
- JBS ON (SA:JBSS3) recuava 0,8%, entre as maiores pressões de baixa do Ibovespa, no segunda sessão de queda, capitaneando as perdas no setor de proteínas, com MARFRIG ON (SA:MRFG3) em baixa de 1,1% e BRF ON (SA:BRFS3) cedendo 0,8%.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) subiam 0,15% e 0,07%, respectivamente, apesar da alta dos preços do petróleo no mercado externo (LCOc1) (CLc1).
- CYRELA COMMERCIAL PROPERTIES ON (SA:CCPR3), que não está no Ibovespa, disparava 6,4%, tendo de pano de fundo oferta primária de até 54 milhões de ações em follow on previsto para ser precificado em 28 de outubro. [nL2N26S09J]
- OI ON (SA:OIBR3) subia 3,2%, em meio a uma notícia sobre negociações entre grandes grupos do setor para comprar ativos da operadora de telefonia brasileira, que está em recuperação judicial. [uL2N26S0DE]
- BIOTOSCANA BDR (SA:GBIO33) saltava 12%, tendo no radar notícia do blog financeiro Brazil Journal que a Advent e a gestora Essex estão em conversas avançadas para a venda do controle da Biotoscana, sendo que a Eurofarma e a farmacêutica canadense Knight Therapeutics apresentaram propostas e uma decisão deve ser tomada nas próximas semanas.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)