Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - As ações da Cemig (SA:CMIG4) subiam 4,51%, liderando as altas da B3 (SA:B3SA3) desta segunda-feira (29), após a companhia registrar lucro líquido de R$ 1,33 bilhão entre outubro e dezembro de 2020, com salto de 136% na comparação ano a ano.
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Perto das 10h30, os papéis eram negociados a R$ 12,99, com alta acumulada de 3,93% nos últimos trinta dias e de 42% nas últimas 52 semanas. A companhia também informou estar em processo de avaliação para vender sua participação na Taesa (SA:TAEE11).
Para os analistas da Ativa Investimentos, os números ajustados da companhia vieram em linha com as expectativas, em um trimestre em que a distribuidora da companhia demonstrou um bom controle de perdas, mas ainda encarou um mercado cativo em queda e a necessidade de realizar um alto provisionamento.
Do lado positivo, eles destacaram os avanços operacionais no mercado livre, os resultados na Cemig GT, o resultado financeiro da companhia bem como a remensuração de valores relacionados à antiga participação da companhia na Light (SA:LIGT3).
Cemig está em processo de avaliação para vender sua participação na Taesa
Já os analistas da XP Investimentos disseram ter uma visão neutra dos resultados, tendo em vista que o EBITDA ajustado veio em linha com as projeções.
Na frente operacional, eles destacam os efeitos da pandemia do Covid-19, com redução de 5,5% no consumo do mercado cativo na Cemig D e de 5,6% da energia faturada dos clientes industriais e de 7,8% dos comerciais na Cemig GT.
Sobre a possível venda da participação na Taesa, os analistas escreveram que é importante monitorar qual será a estrutura que a Cemig adotará para o negócio, de modo a obter uma otimização fiscal.
Segundo eles, a Cemig tem a possibilidade de aproveitar o prejuízo contábil gerado pela venda da participação na Light, em janeiro, para reduzir o imposto que a venda da Taesa vai gerar.
Eles mantiveram a recomendação Neutra, com preço-alvo de R$ 12 por ação para a Cemig, para a mesma para a Taesa, com preço-alvo de R$ 32.
O que dizem BTG e Mirae
O BTG Pactual (SA:BPAC11) aponta, em relatório, que os resultados vieram abaixo do consenso do banco, principalmente impulsionados pelo segmento de geração e transmissão, cujo EBITDA foi negativamente impactado pela estratégia de alocação de energia da empresa e preços altos no spot, com custos mais altos para aquisição.
Do lado da distribuição, os analistas apontaram que a empresa foi impactada por maiores provisões de crédito, além de maior inadimplência.
Do lado positivo, escrevem, o volume das represas aumentou, assim como o consumo residencial e industrial. Eles mantiveram a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 13.
Já a Mirae Asset escreveu que o resultado foi operacionalmente mais fraco do que o esperado, principalmente pela queda de volumes na Cemig D. Os analistas esperam volumes impactados pela Covid-19 no primeiro trimestre e em parte do segundo, "melhorando a partir dos meses seguintes, com a expectativa de recuperação da economia".
Sobre a possível venda da participação na Taesa, a Mirae espera ganho financeiro e redução de endividamento líquido. Eles mantiveram a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 14,82.