Investing.com - A Cemig (SA:CMIG4) dispara nesta quinta-feira na decisão do conselho de administração de se desfazer integralmente de sua participação na Light (SA:LIGT3).
O papel ganha mais de 10% e é negociado a R$ 8,20, seu maior valor desde o crash da bolsa com a divulgação da delação da J&F que mostrou o presidente em conversas com Joesley Batista que indicam sua participação em crimes.
A Light avança mais de 25% e é vendida a R$ 22,90 com a decisão de venda. O Credit Suisse vê a alienação como positiva para os dois ativos.
O movimento da Cemig vem após mais de um ano de indecisões sobre o seu programa de desinvestimento que chegou a provocar baixas na diretoria da companhia.
No início do mês, a elétrica mineira aprovou plano de desinvestimentos que soma R$ 6,564 bilhões, para abater sua dívida de mais de R$ 10 bilhões até 2019. A taxa de sucesso esperada é de 50% desse total até o próximo ano.
A companhia foi rebaixada para B2, de B1, pela Moody’s pelas dúvidas sobre a capacidade da empresa de refinanciar e pagar seus débitos. A relação entre dívida líquida e geração de caixa da Cemig terminou 2016 em 5x vezes, e o objetivo é levar o indicador para 2,5x.
Além do desinvestimento na Light, a Cemig quer se desfazer de fatias de 19% dos 31,5% na Taesa, a Transmineira e a totalidade de participações da empresa nas grandes hidrelétricas de Santo Antônio e Belo Monte, entre outros ativos.
Ainda no radar da estatal, está a possibilidade cada vez mais real de perder a concessão das hidrelétricas em disputa com o governo federal. A União pretende arrecadar R$ 11 bilhões com o leilão das usinas de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande, em setembro.