Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de riscos Moody's rebaixou a nota da elétrica Cemig (SA:CMIG4) e de suas subsidiárias de distribuição e geração e transmissão nesta quarta-feira, citando uma maior percepção de risco quanto ao refinanciamento das dívidas da companhia, que tem mais de 10 bilhões de reais em débitos que vencerão até 2019.
As notas da Cemig e das subsidiárias Cemig D e Cemig GT foram cortadas para "B2" em escala global e "Ba1" em escala nacional, ante "B1" e "Baa1" respectivamente, enquanto a perspectiva para a companhia foi mantida em "negativa".
A Moody's disse que as elevadas dívidas a vencer contrastam com uma liquidez limitada da Cemig, que deverá continuar com geração de fluxo de caixa livre negativa nos próximos 12 a 18 meses.
"A perspectiva negativa reflete os riscos materiais de execução relacionados aos planos da companhia de refinanciar dívidas e vender ativos para endereçar seus vencimentos de dívida de curto prazo e outras obrigações", explicou a agência.
A Cemig anunciou um plano de vendas de ativos que contempla empreendimentos e participações com valor patrimonial de 6,56 bilhões de reais.
A Moody's disse que reconhece os esforços para os desinvestimentos, mas ressaltou que tempo até a conclusão das vendas e o valor das negociações são ainda incertos e muitas das transações parecem estar ainda em estágio inicial ou mal ter começado, o que significa que esses ativos não parecem uma fonte clara de receita no curto prazo.
A relação entre dívida líquida e geração de caixa da Cemig terminou 2016 em 5 vezes, e a companhia pretende levar o indicador para 2,5 vezes com ajuda das vendas de ativos e de uma proposta que será apresentada aos bancos credores para renegociar os vencimentos de dívidas dos próximos anos.