Investing.com – O Federal Reserve implementou um corte de 50 pontos-base nas taxas de juros em setembro, e o mercado começou a considerar mais seriamente a possibilidade de um cenário "sem pouso."
Esse cenário, caracterizado por expectativas crescentes de inflação e pelo desempenho superior de ações cíclicas, ganhou mais suporte após o robusto relatório de emprego e os dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acima do esperado.
Segundo estrategistas do Bank of America (BVMF:BOAC34) (NYSE:BAC), a narrativa de "no landing" pode ganhar mais força se as vendas no varejo desta semana superarem as expectativas, alinhando-se com a visão da instituição.
"'No landing' é positivo para as ações, em nossa opinião, enquanto a inflação permanecer contida," afirmaram os estrategistas do BofA em nota divulgada na segunda-feira.
"Em um ambiente de inflação controlada, a relação entre taxas de juros e ações deve ser positiva. O Fed cortando taxas em um cenário de aceleração nos lucros por ação (LPA) sugere que ações cíclicas devem superar as defensivas," acrescentaram.
Antes dos dados sólidos de setembro, o BofA identificava riscos de baixa em sua perspectiva. O crescimento da folha de pagamento havia desacelerado para uma média de 116 mil por mês nos três meses até agosto, as taxas de contratação estavam em declínio e o sentimento no mercado de trabalho piorava.
No entanto, após as revisões positivas do PIB e da renda interna bruta, além do relatório de emprego em setembro que superou as expectativas, o foco se deslocou dos riscos de queda para riscos de alta."Continuamos vendo o pouso suave como o desfecho mais provável para a economia," continuaram os estrategistas. "Mas os riscos parecem mais equilibrados hoje do que há um mês. Os riscos de recessão são baixos, assim como os riscos de 'no landing'."
Ainda assim, se os dados econômicos continuarem a superar as previsões, a narrativa de "sem pouso" pode ganhar mais tração, contribuindo para o ajuste contínuo das expectativas em torno do ciclo de cortes de juros do Fed.