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CEO da Stellantis visa igualar eficiência de custos de EVs chineses

EdiçãoEmilio Ghigini
Publicado 26.09.2024, 05:08
© Reuters.
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A Stellantis, a quarta maior montadora do mundo, está buscando adotar uma estratégia de custo-eficiência semelhante à dos fabricantes chineses de veículos elétricos (EVs) para manter-se competitiva diante das tarifas europeias e americanas, as quais o CEO Carlos Tavares criticou como anticoncorrenciais.

Tavares descreveu as tarifas como uma "armadilha" que poderia prejudicar as montadoras tradicionais, impedindo-as de experimentar as eficiências de custo alcançadas pelos concorrentes chineses, que podem produzir EVs por aproximadamente um terço menos.

Para enfrentar esse desafio, a Stellantis deu um passo significativo ao adquirir uma participação de 21% na fabricante chinesa de EVs Leapmotor em outubro passado. Esta joint venture proporciona à Stellantis acesso à tecnologia da Leapmotor e direitos exclusivos para fabricar seus EVs fora da China.

Atualmente, a Stellantis está produzindo EVs da Leapmotor em sua fábrica de Tychy, na Polônia, onde também fabrica modelos da Fiat, Jeep e Alfa Romeo. Tavares indicou que a Stellantis também poderia começar a produzir EVs da Leapmotor na América do Norte.

No entanto, a empresa enfrenta diferentes barreiras comerciais na Europa e nos EUA. Enquanto os EVs chineses já estão sendo vendidos na Europa, e mais fábricas estão sendo instaladas com o apoio de países europeus individualmente, os EUA adotaram uma postura mais protecionista.

A administração Biden impôs uma tarifa de 100% sobre EVs fabricados na China, incentivou a produção doméstica através do Inflation Reduction Act e visou componentes automotivos chineses. Além disso, há propostas para proibir software e hardware chineses em veículos nas estradas americanas.

Apesar do potencial de produzir EVs da Leapmotor em instalações nos EUA, as economias podem ser mínimas devido à necessidade de usar peças não-chinesas e pagar salários americanos. Além disso, os desafios políticos são evidentes, como visto nas críticas do Senador Marco Rubio e outros à planejada fábrica de baterias da Ford (NYSE:F) em Michigan, que usa tecnologia licenciada da empresa chinesa CATL.

O contraste nas estratégias comerciais entre os EUA e a Europa destaca as divisões entre as montadoras e executivos. Enquanto algumas montadoras europeias, como Volkswagen (ETR:VOWG) e BMW, abraçaram a tecnologia e parcerias chinesas para garantir uma vantagem competitiva, outras nos EUA, incluindo a Ford, defendem tarifas para proporcionar condições equitativas e tempo para desenvolver modelos de EVs competitivos.

Apesar dessas diferenças, especialistas do setor preveem que a indústria de EVs da China se tornará uma força dominante globalmente. A União Europeia propôs tarifas de até 35,3%, mas não pode excluir completamente as montadoras chinesas devido ao seu quadro regulatório comum.

Por outro lado, os EUA restabeleceram uma tarifa de 25% sobre grafite artificial e natural chinês, com empresas como a Novonix se beneficiando de subsídios e créditos fiscais dos EUA para aumentar a produção domesticamente.

A Stellantis mantém-se comprometida com suas metas de eletrificação, visando 100% de vendas de EVs na Europa e 50% nos EUA até 2030. A empresa também está focando em modelos mais acessíveis, como o próximo Citroen e-C3, começando em 20.000€, e seus EVs da Leapmotor.

Em meio a esses desenvolvimentos, Moshiel Biton, CEO da empresa israelense de materiais para baterias Addionics, enfatiza a necessidade de as montadoras tradicionais inovarem, em vez de dependerem apenas da tecnologia chinesa para permanecerem competitivas no mercado de EVs.



A Reuters contribuiu para este artigo.


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